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Stephanes: agricultura emite 50% dos gases estufa

postado em 12/11/2009

4 comentários
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O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, admitiu nesta quarta-feira, 11, que a agricultura é responsável por mais de metade da emissão de gases de efeito estufa no Brasil. Ele informou, porém, que, em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, na última segunda-feira, relatou ao presidente que o setor conseguirá economizar mais de 160 milhões de toneladas desses gases por ano com adoção de práticas, como o plantio direto, desde que haja fontes de financiamento para os produtores.

O ministro ressaltou que é preciso haver o reconhecimento pelos agricultores de que sua atividade é responsável pela emissão de carbono por conta da extensão territorial do País e da abrangência do setor. Ele citou como outros emissores importantes também a extração de carvão e de petróleo. "A questão é que, infelizmente, ainda não descobrimos outra forma de produzir se não pelo desmatamento. Por isso a Europa está careca", observou.

Stephanes mostrou-se satisfeito por ter sido chamado pelo presidente Lula para participar da posição brasileira em relação aos debates sobre mudanças climáticas. "Até dois meses atrás, a Agricultura não participava dos debates. Em São Paulo, o presidente puxou mais uma cadeira para o ministro da Agricultura também debater o tema", relatou.

Para ele, a importância do setor é tão grande em relação às discussões sobre as mudanças climáticas do planeta, que a agricultura poderá se transformar no centro dos debates. "A agricultura reconhece suas responsabilidades, mas tem a capacidade de fazer um bom trabalho nessa área", afirmou.

O ministro aproveitou a ocasião para comentar também impasses entre a agricultura e o meio ambiente. Ele voltou a criticar o fato de as atuais leis em vigor terem sido confeccionadas por apenas um dos lados envolvidos, o do meio ambiente. "Os produtores não foram ouvidos e muitos erros foram cometidos", resumiu. Stephanes também reafirmou que não defende a flexibilização do Código Florestal atualmente em vigor, mas que deseja a correção de pontos que, a seu ver, estão errados. "Se não for bem feito, isso poderá trazer grandes perdas para a agricultura", alertou.

O ministro voltou a apresentar números representativos dessas perdas caso o decreto presidencial que estabelece o início das sanções para os produtores em desconformidade com o Código Florestal comece a valer no próximo dia 11 de dezembro. Um deles é a redução em 15 milhões de toneladas de produtos no Paraná, e a possibilidade de desapropriação de 1 milhão de propriedades em todo o País. "Estes são dados que nenhum ambientalista contesta", disse.

A matéria é de Célia Froufe, para a Agência Estado, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

Maria Luzineuza Alves Gomes da Maia

Marabá - Pará - Instituições governamentais
postado em 12/11/2009

Prezados, este assunto referente ao Código Floestal, tem dado o que falar nos bastidores dos sindicatos e associações de produtores e agricultores rurais, sabemos que no passado para um produtor conseguir uma fatia de terra para trabalhar, ambos tinham que desmatar, pois se não fizesse isso nao seriam contemplados, e hoje estão correndo o risco de não poderem mais trabalhar em suas propriedades devido esse impasse.

Uma das soluções para se conseguir corrigir um erro do passado, ainda será trabalhar junto a Embrapa com o projeto de Integração Lavoura Pecuária e Floresta, sendo que para que isso aconteça de forma positiva, haverá a necessidade de buscar outros parceiros, pois esta tecnologia exige uma assistencia técnica constante, linhas de créditos para adquirir as sementes, mudas, plantio, etc. Com relação a assistência técnica, sabemos que temos problemas constantes, principalmente no Pará, e demais estados brasileiros.

O ministro Stephanes, está de parabéns por defender sempre a nossa agricultura, pois o alimento que sustenta as nossas familias no dia - dia, vem da agricultura familiar. Sabemos que os grandes produtores não têm interesse em vender para o mercado interno.

Paulo Luís Gonçalves Campelo

Belo Horizonte - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 12/11/2009

Amigos, é lamentável saber que querem, a qualquer custo, empurrar "guela" abaixo dos agricultores a culpa pela emissão de 50% dos GEE. Só que esses "Ambientalistas" estão se esquecendo de um pequeno detalhe que eu julgo ter alguma importância. Quantas toneladas de CO2 a agricultura retira por ano da atmosfera? Ou será onde que eles pensam que as plantas conseguem as moléculas de Carbono que constituem as células vegetais? Tenho certeza que o Lula e o Carlos Minc pensam que tudo sai da terra através das raízes, como pensavam os homens das cavernas. A agricultura retira muito mais CO2 da atmosfera do que florestas adultas, que já não se encontram mais em fase de crescimento, como é o caso da Floresta Amazônica. Estamos todos perdidos nas mãos desses analfabetos.

Martinho Mello de Oliveira

Paranaíba - Mato Grosso do Sul - Produção de leite
postado em 12/11/2009

Gostaria de parabenizar o Ministro pela posição a respeito da indefinição das leis ambientais, tendo em vista que o produtor rural mesmo sem subsídios, sem benesses, com logística deficitária e com as intempéries da natureza, ainda produz para o consumo interno, garante o superavit da balança comercial e é responsável por UM TERÇO DOS EMPREGOS no país. O setor precisa de uma definição logo, para poder continuar trabalhando em harmonia e com as ações voltadas para o futuro.

Leonardo Siqueira Hudson

Belo Horizonte - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 13/11/2009

Mais uma vez parabens ao nosso ministro Stephanes.
Gostaria de salientar que além das vantagens do plantio direto outras práticas como a integração lavoura + pecuária e lavoura +pecuária+ floresta podem colaborar enormemente para a redução das emissões.
Temos grande potencial produtivo a ser trabalhado em cima das areas de pastagens degradadas no pais sem que seja necessário desmatar um ha de floresta. Para que isso ocorra será necessário uma politica para a agropecuária que libere linhas de crédito, que tenhamos preços minimos, que se tenha planejamento de produção de acordo com a demanda e o potencial de cada região.
Resumindo precisamos que o governo assuma a importancia do ministerio da agricultura e de um planejamento bem feito por tecnicos do ramo (Embrapa) para o desenvolvimento do pais.

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