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Stephanes: "Agronegócio brasileiro está engessado"

postado em 12/08/2008

7 comentários
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O Ministério da Agricultura está concluindo um estudo que aponta um engessamento do agronegócio brasileiro. Segundo o ministro Reinhold Stephanes, cerca de 70% da área do território brasileiro não pode ser cultivada por algum motivo legal, seja por reservas florestais, indígenas ou legislações que impedem o plantio comercial. "Muito se fala sobre o fim da Amazônia, mas tenho medo da extinção da área agricultável do Brasil", disse o ministro nesta segunda-feira (11) durante a abertura do Congresso Brasileiro de Agribusiness, promovido pela Associação do setor (Abag), em São Paulo.

Segundo Stephanes, o estudo mostra quais são as implicações da legislação sobre o agronegócio. O ministro disse que algumas áreas aproveitadas atualmente já estão irregulares de alguma forma, pois não atendem o que é cobrado pelas legislações. "O café de Minas Gerais, a uva do Rio Grande do Sul e algumas frutas de Santa Catarina não poderiam ser cultivadas onde estão hoje se a lei fosse cumprida integralmente. As culturas estão em áreas com declive, onde teoricamente não poderiam ser usadas para o plantio", disse o ministro.

Sobre os fertilizantes, o ministro voltou a ressaltar a necessidade de mudanças diante do forte aumento de custos de produção e seus reflexos nos preços dos alimentos e informou que alguns avanços já foram obtidos. De acordo com Stephanes, a Petrobras pode construir duas unidades de produção de fertilizantes nitrogenados, sendo uma em Mato Grosso e uma outra na região Sudeste. "Queremos ser menos vulneráveis em fósforo e também em potássio. Hoje importamos 91% do potássio que usamos, mas temos boas perspectivas com jazidas de Sergipe e algumas ocorrências no recôncavo baiano", disse o ministro.

Sobre preços dos alimentos, o presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Carlo Lovatelli, defendeu a isenção de tributos sobre os alimentos no País. Para ele, a eliminação de tributos dos alimentos poderia ser implantada sem prejuízos à arrecadação, caso o projeto de reforma tributária apresentado ao Congresso fosse adiante. "A medida beneficiaria, sobretudo, a população de baixa renda, que compromete a maior parte de seus vencimentos para colocar comida na mesa", disse Lovatelli.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Comentários

Antonio Carlos Gonçalves

Pelotas - Rio Grande do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 12/08/2008

O ministro da agricultura diz mas não faz, ele deveria mostrar ao ministério do meio ambiente, ao ibama e aos ecoterroristas que desenvolvimento não atrapalha, mas ajuda.

Mas como o ministerio não tem poder de fogo, vide rastreabilidade, faltam tecnicos e maior entrozamento com outros ministerios ficara tudo igual e a AFTOSA não sumira em três anos.

Leonardo Freitas Maciel

Viçosa - Minas Gerais - Médico Veterinário
postado em 12/08/2008

Não faz muito tempo, o deputado federal Ronaldo Caiado disse que o então ministro Stephanes discorria sobre a questão da rastreabilidade sem conhecimento de causa e que caira de para-quedas sobre o cargo que ocupa atualmente no MAPA.

Parece-me, felizmente, que o nobre deputado estava enganado, pois a cada dia que leio noticias como esta, vejo que nosso ministro está empenhado em colocar o Brasil no lugar que deveria estar há anos.

Não há como realizar grandes mudanças sem antes ter conhecimento de causa e são estudos desta natureza que possibilitarão tais avanços. Devemos ter paciencia para que avancemos sem deixarmos problemas pendentes para trás, como muito tem sido feito com nosso setor.

Parabéns ao ministro!

L. Aguiar

Araxá - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 12/08/2008

Às vezes a gente não consegue entender o Brasil. Enquanto os países do primeiro mundo lutam para manter seus agricultores no campo, com subsídios e outras ferramentas, como garantia de preços e juros baixos a longo prazo, no Brasil se faz o contrário.

Insistem em privilegiar o que chamam de agricultura familiar e os grandes empresários. Esquecem do pequeno agricultor que produz muito porque é competente, mas às vezes vive na cidade por algum motivo, esse não consegue financiamento porque produz muito e não é considerado pequeno, e não pode ser considerado empresário rural, por isso não consegue crédito para continuar a produzir.

Hoje todo fazendeiro, se é que existe alguém que possa assim ser chamado, vive amedrontado, pois não conhece as leis ambientais, na maioria das vezes leis absurdas, e nunca sabe se em algum momento vai aparecer a Policia Ambiental e multá-lo. Se existe falta de fertilizantes, também falta competência. No Município de Patrocínio, MG, existe no local denominado Salitre de Minas, uma grande jazida de fosfato que há muitos anos vem sendo anunciado que será explorada, mas sempre dizem que há problemas com a licença ambiental.

Para piorar a situação, temos um Ministério da Agricultura fraco e sem poder político, mas sempre usado como moeda de troca nos aconchavos dos bastidores de Brasília. Se fosse dado ao campo o valor real que esse tem na economia brasileira, teriam criado o Ministério da Pecuária, não tantos inexpressivos que só se houve falar nas páginas policiais quando investigam o uso de cartão corporativo. O homem do campo brasileiro tem vontade de trabalhar, mas falta crédito, falta garantia de preço, falta governo. Como no Brasil gostam muito de exportar e importar, e não podem ter como ministros homens competentes, porque serviram ao governo militar, porque não importar um ministro para a agricultura, que não seja de Cuba ou Nicarágua?

Lucas Aguiar.

Francisco Victer

Belém - Pará - Frigoríficos
postado em 12/08/2008

Caro Antonio Carlos,

Permita-me discordar de você. Acredito não só no Ministro Reinhold Stephanes, como no próprio Carlos Minc.

O que precisava acontecer, já é fato. O setor produtivo está devidamente consciente do seu papel como o principal agente de preservação do nosso espaço agricultável. São diversas as iniciativas, como a que foi apresentada ao próprio Ministro na última sexta feira, em Belém, pelo Presidente da Federação da Agricultura do Pará.

A indústria, por sua vez, tem conduzido diversos trabalhos visando somar qualidade sócio-ambiental à nossa carne. Com esta mudança de mentalidade fica tudo mais fácil. O Brasil tem o dever de ser exemplo na conciliação da sua capacidade de produzir com a de preservar e cumprir sua vocação natural de ser um dos maiores supridores de alimentos deste mundo tão desigual.

Não há inteligência, bom senso e nem necessidade restringirmos áreas tradicionais, bem como nos 80% de reserva legal na Amazônia Brasileira (62% do território nacional). Não precisamos mais ficar na defensiva, nem hostilizar os bons ecologistas. Precisamos é, definitivamente, e no sentido mais amplo, tomarmos conta deste País que ainda é nosso.

Luiz Carlos Lyra

Ji parana - Rondônia - Produção de gado de corte
postado em 13/08/2008

Parabens ao ministro por ter coragem de começar a falar, é isso que precisamos mostrar para a população brasileira e do mundo.

Jorge Humberto Toldo

Jussara - Goiás - Consultoria/extensão rural
postado em 13/08/2008

O grande problema é que se deixarem o Brasil crescer, o tanto que ainda podemos, em agribusiness, ninguém segura essa potência! E aí é que mora o perigo, o perigo do Brasil realmente virar potência mundial. E pior, em cima do calo mundial que é a produção de alimentos. Aí ninguém poderá segurar essa "potência", a não ser nossos maravilhosos políticos, que já o estão fazendo.

Janete Zerwes

Cuiabá - Mato Grosso - Produção de gado de corte
postado em 13/08/2008

Diante da imprudência demonstrada pelo Estado no controle da situação agrária e ambiental no Brasil só podemos concluir por duas possibilidades, ou é um caso de ótica distorcida e ignorante sobre gestão ambiental, ou existe o propósito de expropriação de bens de agricultores a ser garantida por Decretos Lei.

Se a preocupação fosse realmente voltada à proteção ambiental, as providências a serem tomadas pelo Estado estariam organizadas cronologicamente para:

- Criar imunidade relativa a questões ideológicas, partidárias, pessoais e de protecionismos de mercados concorrentes externos na análise dos problemas ambientais;

- Descentralizar a administração dos Órgãos do Estado responsáveis pelo controle e preservação ambiental;

- Construir um sistema de gerenciamento efetivo e permanente, com menor transitoriedade das pessoas indicadas pela administração direta, facilitando assim a compreensão do conjunto de problemas que envolvem a gestão dos recursos naturais;

- Difundir para as gerências locais a noção de que a gestão ambiental precisa ser pensada globalmente e agida localmente;

- Disponibilizar autonomia financeira e administrativa para que o pessoal responsável pela ordenação das gestões ambientais regionais, possa garantir o funcionamento eficiente das estruturas fiscalizadoras;

- Qualificar profissionais capazes de agirem apoiados no conhecimento técnico e com absoluta isenção.

Analisar as questões ambientais sob foco de cenas de mídia, que mostram imagens de imensos rasgos no seio da floresta amazônica, seguidas do discurso sobre os danos ambientais provocados pela pecuária e agricultura, estabelecendo uma relação direta entre essas imagens e as alterações climáticas que ameaçam o planeta, contraria princípios científicos, denota falta de conhecimentos.

Enquanto o Estado buscar soluções para a manutenção da qualidade de vida das populações e a preservação dos recursos naturais apoiado em cenas de mídia, desvinculado dos aspectos sociais, econômicos e ambientais que envolvem o problema, todas as ações serão inúteis. Carecem de fundamentos consistentes, desconsideram a complexidade, limitam o campo de estudos do problema, o qual ultrapassa as questões locais, inclui a globalização, a industrialização e é regido pelos ditames da economia capitalista que se alimenta do consumo exacerbado de bens.

As restrições para o uso da terra determinadas por decretos do Executivo, tem um cunho ditatorial, absolutista.

O desperdício de centenas de arrobas de carne, dos recursos de fertilidade de solos usados na produção do capim que alimentou bois apreendidos, somados as ações truculentas de policiais contra agricultores, configuram desorganização do Estado, precipitação, ações mal elaboradas e descaso com os recursos naturais.

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