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Stephanes: crise não prejudicará commodities agrícolas

postado em 16/09/2008

2 comentários
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O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou nesta segunda-feira (15), que a crise financeira que teve início nos Estados Unidos e se espalha para outros países "dificilmente deve atingir os mercados de commodities agrícolas" e, por conseqüência, reduzir os preços dos alimentos no mercado internacional.

Segundo informações do Estado Online, o ministro comentou que os preços das commodities subiram nos últimos meses por conta, inclusive, de um componente especulativo nos mercados de derivativos. Essa especulação, segundo ele, provocou "uma queda razoável" nos preços dos alimentos. Stephanes salientou que o mundo vive uma "segunda onda" de crise, mas que "ninguém sabe ao certo qual é o seu tamanho". Mesmo assim, ele reforçou que os preços dos alimentos não devem cair, pois o componente especulativo já foi eliminado do mercado.

Em termos de exportação, o ministro observou que não haverá prejuízos para o Brasil, mesmo se houver um enfraquecimento da economia mundial. Para Stephanes, a crise atual deve atingir os países desenvolvidos. Segundo ele, boa parte da exportação brasileira vai para os países em desenvolvimento. A China, por exemplo, tem se apresentado como principal comprador de alimentos do Brasil. O ministro disse, ainda, que as previsões de exportações para o ano estão mantida.

Segundo o jornal Folha de SP, alguns analistas também acreditam que a crise financeira que abala o mercado norte-americano terá pouca influência sobre o agronegócio brasileiro. Outros afirmam que é cedo para uma análise das conseqüências. Em uma coisa analistas e produtores concordam: a alta do dólar em relação ao real dará novo fôlego ao agronegócio, principalmente porque esse setor depende das exportações.

"Essa crise internacional vai passar ao largo da agroindústria brasileira, comparada a outros setores." A afirmação é de Victor Abou Nehmi Filho, gerente da Sparta, administradora de fundos de investimento. "A maré vai continuar favorável às commodities, embora ainda não seja possível fazer muita festa", afirma.

Já Fernando Muraro, da Agência Rural, de Curitiba, está preocupado. Dos três itens que seguravam os preços elevados no primeiro semestre, um já deixou de dar esse suporte: os fundos de investimento. "Os estoques se mantêm baixos, mas ainda há dúvidas sobre o que vai acontecer com a renda. O agronegócio brasileiro precisa ficar de olho na economia asiática", diz Muraro.

As informações são do Estado Online e do jornal Folha de SP, resumidas a adaptadas pela equipe AgriPoint.

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Comentários

Vicente Romulo Carvalho

Lavras - Minas Gerais - Trader
postado em 16/09/2008

Este negócio de presidente do Banco Central, Ministro da Fazenda, Ministro da Agricultura e outras autoridades constituídas, dando entrevistas e, dizendo que a crise, não atingirá o Brasil, com a devida vênia, deixa grandes preocupações.

Pois, jamais uma pessoa de Governo, poderia admitir ao contrário. Vamos rezar que que tais declarações venham a prevalecerem, seria o bom, notadamente para o setor produtivo. Todavia, mais cedo ou mais tarde, nós produtores, vamos ver nossos custos subir e, nossos preço baixarem, em razão desta crise e, estas mesmas autoridades dizerem, isto é porque o câmbio está alto, isto é porque as exportações retrairam, isto é porque houve fuga de capitais. Se estava as mil maravilhas lá fora e, nós da cadeia produtiva do leite, já estávamos com dificuldades, que será de nós. Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguem.

Vamos enchergar nestas entrevistas, como recomendações de cautelas, porque na verdade, não se sabe nem qual é a verdadeira crise, cada dia surge um fato novo.

L. Aguiar

Araxá - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 16/09/2008

Seria cômico se não fosse triste ouvir as autoridades brasileiras falarem em crise. È como se o Brasil com juros básicos de 13% ao ano, e não 2% como nos Estados Unidos, e o setor de crédito cobrando juros que ultrapassa 150% ao ano, não vivesse uma crise histórica a mais de trinta anos, é como se o Brasil não continuasse a ser o paraíso dos banqueiros, dos monopólios estatais e das multinacionais.

Um país que usa como ferramenta de combate a inflação "uma paranóia de todos os governos nas ultimas três décadas" a política monetária e cambial. Que tem coragem de usar o setor agropecuário como âncora agrícola no combate a inflação, sem nenhum mecanismo de defesa para esse setor. Não deveria falar tanto em crise, mas cuidar dos problemas atuais, como os preços abusivos dos insumos agrícolas, que a gente não consegue entender porque sobem junto com a cotação do dólar e quando o dólar cai os preços não caem, mas ficam esperando uma alta do dólar para subirem mais.

No inicio da safra 2008/2009 estamos vendo o preço dos principais produtos agrícolas em queda, o produtor de leite na mesma época do ano passado recebia R$0,82 a R$0,90, hoje recebe entre R$0.60 a R$0,73, o milho que na safra era vendido a R$33,00 a saca hoje vale R$22,00, o café não tem reajuste de preço, para o produtor, há vários anos e isso acontece com quase todos os produtos agrícolas. Mas o preço dos insumos mantém uma alta de quase 100%, uma saca de adubo para milho que foi comprado na safra 2007/2008 para se pago em junho 2008 por R$56,00 hoje custa R$102,00.

Que o senhor Stephanes que hoje está ministro da agricultura, se preocupe mais em resolver os problemas do atual ministério, para que o ano que vem realmente não tenha uma crise de inadimplência muito séria como já aconteceu em anos anteriores num passado não muito distante.

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