Para a professora Aurora Gouveia, presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Caprileite/Accomig) e coordenadora da Câmara Setorial de Ovinocaprinocultura da Secretaria de Agricultura de Minas (Seapa), os estudos são de grande importância face ao atual mercado. O consumo da carne e leite de caprinos e ovinos tem registrado aumento crescente, porém não há volume suficiente de animais para atender à demanda, o que torna a atividade atrativa, mas incapaz de reverter o quadro.
O objetivo, com base nos estudos feitos, é incentivar os criatórios de forma ordenada, com base no aumento da qualidade utilizando as ferramentas disponibilizadas pela extensão rural e pela educação sanitária, ao lado do aumento do rebanho, argumenta Aurora Gouveia.
Segundo a professora, será preciso, primeiramente, aglutinar os criadores de caprinos e ovinos, localizados de forma pulverizada nas regiões Sul/Sudoeste, Norte, Jequitinhonha, Mucuri, Central, Triângulo, Alto Paranaíba e Metropolitana de BH, com rebanhos que somam 500 mil ovinos e 250 mil caprinos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E ainda, estimular o consumo de cortes pouco conhecidos da carne de ovinos e caprinos, que podem ser consumidos ao lado de outros mais conhecidos (pernil, palheta, costela e carré). "A partir daí, com o aumento do consumo, o criador se sentirá seguro para investir mais no seu rebanho, melhorá-lo e ampliá-lo", argumenta Gouveia.
Em tempo de crise, os preços da carne e leite de ovinos e caprinos continuam estáveis. Paga-se ao criador, em média, R$ 1,40 pelo litro de leite e R$ 20 pelo quilo de queijo. O preço sai para o consumidor a R$ 2,40 o litro de leite e entre 25 e R$ 40 o quilo de queijo. O produtor recebe pela carne de ovinos R$ 7 por quilo de carcaça (carne, osso). Para o consumidor, esse preço varia de R$ 10 a R$ 35 o quilo, de acordo com o tipo de corte.
Noventa e cinco por cento do leite de cabra é comercializado in natura (congelado ou longa vida) e destinado principalmente às crianças que têm alergia ao leite de vaca, contingente de 8% da população dos grandes centros urbanos, segundo dados da Organização Mundial de Agropecuária (FAO). O produto é nutracêutico (com propriedades boas para a saúde), tem melhor digestão e possui gordura com baixo teor de colesterol. O restante da produção de leite, 5%, destina-se à produção de derivados, quadro totalmente inverso ao de outros países que, seguindo a tradição, consomem 95% de derivados.
O estudo de Melhoramento Genético de Caprinos Leiteiros do Brasil é realizado por meio de parceria entre a Caprileite/Accomig, Embrapa Caprinos e Ovinos e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A pesquisa sobre o diagnóstico da atividade caprinocultura e ovinocultura em Minas Gerais traz a assinatura do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Escola de Veterinária da UFMG.
A Superagro 2009 terá a participação de cerca de 350 caprinos das raças saanen, alpina e bôer, e ovinos da raça dorper e santa inês. A Caprileite/ Accomig realiza em 4 de junho, na programação da feira, o 2º Leilão de Ovinos da Inconfidência, com 25 lotes da raça santa inês de Minas e de outros sete estados.
As informações são da Assessoria de imprensa, adaptadas e resumidas pela Equipe FarmPoint.
Envie seu comentário: