De acordo com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), a expansão projetada de 10% nas vendas em dezembro em relação ao mesmo mês de 2007 não se concretizou - o aumento foi de 6,07% nessa comparação.
Sussumu Honda, presidente da entidade, credita o desempenho abaixo das expectativas a uma cautela maior do consumidor na hora de comprar os produtos para as ceias de Natal e Ano-Novo devido às notícias sobre a crise internacional. Além disso, segundo o Ministério do Trabalho, foram fechadas em todo o país 655 mil vagas com carteira assinada no mês passado.
Para este ano, a associação prevê crescimento de 2,5% ante 2008 com preços estáveis, crescimento econômico menor que o do ano passado e possível aumento do desemprego.
"O setor de alimentos tem oscilações para cima ou para baixo menores do que outros segmentos, logo sofre menos com a crise, mas não se beneficia tanto nos momentos de crescimento", diz o consultor especializado em varejo Eugênio Foganholo, da Mixxer.
O presidente da Abras acrescenta que uma das maneiras de aumentar o faturamento é oferecer produtos mais baratos e acirrar a concorrência com feiras livres, padarias, açougues e sacolões, por exemplo.
Mesmo com a desaceleração no crescimento, Honda não prevê demissões neste ano. O Wal-Mart anunciou que deve criar 10 mil novos postos de trabalho neste ano com aportes de até R$ 1,8 bilhão no país. O Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour não detalharam a quantidade de empregos que devem ser gerados, mas cada um pretende investir R$ 1 bilhão.
A reportagem é de Tatiana Resende para o jornal Folha de SP, resumida e adaptada pela equipe AgriPoint.
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