A cotação máxima alcançada entre os meses de setembro e outubro foi o ápice da valorização registrada ao longo do ano passado impulsionada pelos recordes batidos pelos preços das commodities agrícolas. Já a queda é resultado da saída generalizada de compradores do mercado, analisa Jacqueline Bierhals, consultora do mercado de terras e gerente de agroenergia da AgraFNP. "Investidores estrangeiros, que conferiam liquidez ao mercado, saíram e não existe uma previsão de quando eles voltarão a atuar".
Apesar da queda derradeira nos preços, a valorização nominal registrada ao longo de 2008 foi de 8,3%. Para Bierhals, essa queda deve se estender também por 2009, "porém de maneira moderada, já que os preços das commodities vêm reagindo acompanhando os fundamentos da oferta e da demanda", avalia.
Em relação aos valores negociados há 36 meses (R$ 3.077/hectare), a valorização nominal foi de 40,7% e real de 5,7%, em média. A região Centro-Oeste lidera o ranking das valorizações com 46% de alta.
A expectativa da analista da AgraFNP é de que em 2009 aumente a oferta de imóveis rurais. "Muitos produtores não vão conseguir fechar suas contas, e devem abrir mão de ativos para quitar dívidas". Com a oferta em alta, os preços devem ser pressionados ainda mais para baixo.
Jacqueline Bierhals explica que existem casos pontuais de desvalorização acentuada. "As áreas de cultivo cacau na Bahia perderam bastante a liquidez e sofreram desvalorização de 37% em 2008". As fazendas de cana-de-açúcar também registraram queda nos preços, segundo a analista de 5% em média. "Seguramente foram as terras de grãos que sofreram maior valorização, entre 30% e 50%. No Mato Grosso, um hectare chegou a subir 220% no ano passado. Foi de R$ 375 para R$ 1400", conclui.
A matéria é de Gilmara Botelho, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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