Em comum, esses grupos crêem que o governo brasileiro cometeria um erro ao proibir a venda de terras a estrangeiros. Para eles, a medida poderia inibir investimentos e a entrada de novos recursos. A simples possibilidade de que isso aconteça, porém, tem levado alguns deles a antecipar seus planos para o país. E isso explica em boa parte a avalanche de recursos.
Os grupos interessados em terras brasileiras têm se associado a investidores e fundos, e muitos já se preparam para a abertura de capital. Além do fato de que a negociação de terras passou a chamar a atenção do setor financeiro, a emissão de ações dá opções de saída para os fundos e permite que estrangeiros participem desse mercado mesmo que o governo venha a restringir a venda de terras para não-brasileiros.
Cada vez mais escassas no mundo, as terras no país tiveram valorização média de 20% nos últimos 12 meses. Levantamento da consultoria Agroconsult mostra que o potencial de compra desses novos grupos e companhias já instaladas no país chega a 4 milhões de hectares (5% da área agricultável do país).
"O foco mundial em alimentos e energia renovável tem atraído os investidores ao país", afirmou Ricardo Freire, da empresa de consultoria imobiliária Colliers.
As informações de Mônica Scaramuzzo e Raquel Balarin para o jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.
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