Segundo Jacqueline Dettmann Bierhals, analista da AgraFNP responsável pela pesquisa, o mercado ganhou liquidez e houve mais negócios, bem distribuídos pelo país e concentrados em áreas mais baratas. A logística disponível seguiu como importante diferencial.
O trabalho da consultoria destaca o avanço de investimentos estrangeiros em terras no Brasil (veja notícia relacionada). Jacqueline divide esses investidores estrangeiros em dois grupos: aqueles interessados nos rendimentos financeiros do aporte, que muitas vezes preferem áreas brutas com potencial de valorização, e aqueles com foco na produção primária em si, que até aceitam pagar um "prêmio" por áreas prontas para a atividade fim. "O 'prêmio' é pago para garantir potencial produtivo logo no primeiro ano do investimento".
Grande parte dessas áreas prontas, observa ela, está nos Estados de Mato Grosso e Goiás. No Centro-Oeste, a média do hectare ficou em R$ 3.424 em setembro-outubro, acima das médias do Norte e do Nordeste, mas bem abaixo do Sudeste e do Sul (ver tabela acima).
Apesar do interesse por terras mato-grossenses e goianas prontas para o cultivo, a valorização do preço médio do hectare nos últimos 12 meses foi menor no Centro-Oeste do que nas demais regiões. A alta foi de 2,9%, ante 9,2% no Sul, 5,1% no Norte, 4,9% no Nordeste e 3,1% no Sudeste. Nos últimos 36 meses, o salto do preço médio no Centro-Oeste (47,4%) só perde para o do Sul (54,9%).
Como as perspectivas para a economia brasileira em geral são positivas para 2010, Jacqueline Bierhals acredita que o mercado de terras deverá seguir aquecido, com liquidez e preços em ascensão. "O ano que vem será bem movimentado. É claro que há riscos, mas eles são menores para esse tipo de ativo", afirmou ela.
A matéria é de Fernando Lopes, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.
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