“As pessoas ensinavam umas para outras, até homens faziam os tapetes. Pessoas de cidades vizinhas também aderiram a essa produção, que foi uma grande fonte de renda para nós e até hoje gera renda”, relembrou uma das pioneiras do Tapete Arraiolo, Dona Juju.
O tapete é feito de uma tela chamada juta e lã. A arte de tecer em lã é marca registrada do município. A produção é manual, até os últimos detalhes, o que faz com que demande tempo para a peça ficar pronta. “Tudo é feito à mão, os desenhos e as franjas. Dependendo do desenho e do tamanho o tapete leva um mês ou mais para ficar pronto”, explicou Dona Juju.
As obras de arte podem ser encontradas na Associação das Tapeçarias e Artesanatos de Passa Tempo (ATAPT) que foi criada em 2003 e hoje conta com 14 tapeçarias. Os tapetes também são feitos por encomenda, o cliente pode escolher todos os detalhes. Cada metro quadrado da peça é vendido por cerca de R$ 220. O preço é devido ao material nobre, somando às peculiaridades. Além de ser feito manualmente, parte do material utilizado na produção dos tapetes tem que ser encomendado com um ano de antecedência.
As artesãs contam que, atualmente, está difícil conseguir mão de obra. Segundo a aposentada Maria Sueli Silva que, junto com as cinco irmãs, trabalha com o tapeçaria há mais de 20 anos, a produção do tapete passa por um momento difícil. “A gente tem medo que essa tradição acabe, porque o valor que o tapete é negociado é também muito pequeno. Os revendedores não dão o devido valor. Já tivemos uma época em que não dava nem para esperar o tapete secar antes de entrega-lo para o cliente e hoje a produção está lenta”, contou Maria Sueli.
Para não deixar morrer esta tradição, a Prefeitura Municipal da cidade iniciou um projeto que está em andamento para tornar o Tapete Arraiolo um patrimônio imaterial de Passa Tempo, com destaque para confecção artesanal. “Enquanto o projeto de tombamento de bem imaterial do município não é concluído as viagens e subvenções para a associação serão mantidas e apoiadas pela Prefeitura. Inclusive a realização de feiras exclusivas para o artesanato em nossa cidade, para mantermos o nome de "Terra do Tapete Arraiolo". Nome já falado em várias cidades e inclusive outros países, tendo assim o reconhecimento e merecido prestígio”, explicou o assessor de comunicação da Prefeitura Nilton Augusto.
O Tapete Arraiolo é acima de tudo motivo de orgulho para quem construiu uma história de vida com a arte da tapeçaria. Há 25 anos Sandra de Oliveira Amorim vive da produção do tapete. “Sou separada e criei meus três filhos sozinha só com a renda do tapete. Hoje estão todos bem criados e formados. Uma das minhas filhas me chamou para morar com ela em outra cidade, mas não consigo sair daqui porque não sei ficar sem fazer os tapetes, que são minha vida”, finalizou.
A reportagem é do G1, adaptada pela Equipe FarmPoint.
dalva
Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Indústria frigorífica
postado em 23/09/2013
Lindo trabalho artesanal, acredito que o projeto trará novas conquistas de grandes oportunidades para desenvolvimento artesanal(tapetes).