Nos últimos anos, a Europa vem reduzindo de forma gradual alguns de seus programas de subsídios aos produtores. Mas o novo programa de ajuda aos mais pobres foi visto com suspeita por parte de diplomatas de países em desenvolvimento, que temem que o esquema seja mais uma estratégia para garantir que a produção européia tenha mercado garantido.
O mecanismo distribuiria os excedentes dos estoques para as populações mais pobres do continente. O plano prevê um aumento dos gastos com a ajuda alimentar dos atuais 310 milhões de euros em 2008 para mais de 500 milhões de euros a partir de 2009.
Em 2006, o dinheiro usado pela UE para distribuir alimentos possibilitava uma ajuda para 13 milhões de pessoas. Mas Bruxelas estima que existam 43 milhões de pessoas no continente que correm risco de enfrentar uma "pobreza alimentar".
O conceito, porém, não é o mesmo que a ONU usa para definir os desnutridos no mundo, que chegam a 925 milhões de pessoas. Para a UE, a falta de alimentos significa que uma família européia precisa passar mais de dois dias sem conseguir comer carne bovina, frango ou peixe.
A matéria é de Jamil Chade, foi publicada no jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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