Segundo o deputado responsável pelo relatório sobre o Mercosul, Daniel Varela Suanzes, europeus e sul-americanos perderiam por ano 3,7 bilhões sem um acordo e, portanto, a formação do novo bloco deve ser uma prioridade da política externa de Bruxelas.
Os dois blocos voltam a se reunir no início de novembro, no Rio de Janeiro e, da parte do Mercosul, os diplomatas estudam formas de garantir uma proposta mais atraente para os europeus, com o objetivo de que Bruxelas aceite a abertura de mercado para bens agrícolas.
A resolução vai além e pede que, uma vez negociado o acordo, os dois blocos estudem a criação de uma associação. O entendimento incluiria um capítulo político para fortalecer o diálogo democrático, a luta contra pobreza e a proteção ambiental. O objetivo seria o de lidar com alguns obstáculos que continuam afetando as empresas européias. Um deles seria a volatilidade das moedas sul-americanas, além da forte dependência da região em relação ao dólar.
As informações são do Estadão/Agronegócios.
Mara Freitas
Lavras - Minas Gerais - Pesquisa/ensino
postado em 13/10/2006
Há pouco mais de uma semana, assistindo a edição da noite do Jornal do SBT, ouvi o jornalista Carlos Nascimento relatando sobre a privatização da Amazônia. Tal proposta foi apresentada num fórum ambiental pelo Secretário do Meio Ambiente Britânico, sob chancela do Primeiro Ministro inglês, Tony Blair. Veja bem, o vínculo da região sul do continente americano com a europa é histórico. Mais do que isso, tem forte impacto no design da nossa balança comercial, embora, gradativamente, a Ásia venha ganhando espaço nesse contexto, em função da China.
Gosto da idéia de estabelecimento de parcerias, criada inclusive por meio de um novo bloco econômico. Nesse sentido, os benefícios, principalmente do ponto de vista tecnológico e educacional são evidentes, pela possibilidade de trânsito livre de pessoas nos países que compõem tal aglomeração econômica. Contudo, creio que por outro lado, perde-se um pouco a possibilidade de construção de uma identidade própria, que fortaleça os países que compõem o Mercosul e as demais nações sul-americanas.
A questão, sob meu ponto de vista, não é o da preservação ambiental, nem tampouco preservação dos Estados no contexto democrático e redução da pobreza. A questão aqui é a de garantia de fragmentos mundiais, que mantenham regiões livres dos Estados Unidos, que querem fazer dos países latino-americanos, o seu quintal, com a proposta aviltante da ALCA.
Essa parceria garante também mercados consumidores emergentes e mão-de-obra barata para indústrias européias sem condições de expansão de seus negócios em mercados consumidores estagnados pela taxa decrescente de natalidade. Além disso, como o Brasil lidera as conversações sobre a quebra dos subsídios agrícolas dos países desenvolvidos e tem a maior reserva de água doce do mundo, tenho dúvidas se tal parceria não significa, no médio prazo, um processo de cooptação sutil.