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Universidade argentina instala usina de leite ovino em Buenos Aires

postado em 29/03/2012

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A Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires (FAUBA) instalou uma usina de leite em seu estabelecimento na cidade de Buenos Aires, onde alunos, docentes, pesquisadores e outros podem ter contato direto com os animais e ampliar seus estudos em aspectos vinculados com produção de pasto, qualidade do leite e elaboração de queijos e, inclusive, com a emissão de gases de efeito estufa gerada pelos ruminantes.

"Começamos em 2010, utilizando ovelhas leiteiras como modelo animal", disse o professor de Nutrição e Alimentação Animal da FAUBA, Alejandro Palladino. "Esperamos que a usina seja para trabalhos de pesquisa e, por sua vez, a oportunidade para que os alunos tenham contato com ovelhas e com a produção".

Antes de construir a usina, Palladino realizou um doutorado na Irlanda, onde se dedicou por três anos a estudar os fatores que afetam a qualidade nutricional do leite, uma série de compostos (como os ácidos graxos Omega 3 e o ácido linoleico conjugado) que permitem melhorar a saúde das pessoas e prevenir certas doenças, como câncer e arteriosclerose.

"Na Irlanda, trabalhei com bovinos. Porém, assim que voltei à Argentina, ficava difícil trazer vacas à Capital, então vimos que a ovelha leiteira poderia ser um modelo muito interessante, porque é um animal pequeno que pode-se ter em uma faculdade e porque existem poucas informações disponíveis sobre nutrição e manejo desses animais", disse ele, afirmando que alguns dos resultados dos trabalhos realizados hoje com ovinos são extrapoláveis a outros ruminantes, como as vacas.

A iniciativa de Palladino interessou outros pesquisadores da FAUBA, como Ana Frey, para quem o contato com os animais é muito enriquecedor e gera muito interesse nos alunos. "Temos uma grande quantidade de estudantes que se oferece para trabalhar com as ovelhas e praticar no campo as técnicas que aprendem nas aulas".

"O leite ordenhado na usina universitária foi utilizado para fazer uma tese de graduação que avalia diferentes processos para elaborar queijos. Também há outros estudos em processo que aproveitam as instalações para investigar a qualidade do leite e o metabolismo ruminal dos ácidos graxos, e espera-se que durante 2012 comecem a ser realizadas outras quatro pesquisas".

"Com a usina, temos a possibilidade de validar a campo os trabalhos que vínhamos fazendo há muitos anos in vitro (no laboratório)", disse Palladino. Além disso, os experimentos que são feitos em pequena escala na usina de FAUBA (com 20 ovelhas) serão reproduzidos em campos que a faculdade tem na cidade de San Pedro, onde há outros 80 animais de produção.

Um dos objetivos dessas pesquisas é aumentar o vínculo com os produtores. "Queremos começar a quantificar variáveis importantes para os produtores, tanto do ponto de vista produtivo, como econômico, através de diferentes tecnologias que ajudem a melhorar a produção e a diminuir os custos, fundamentalmente com uma melhora do recurso pasto, que representa o alimento mais barato para as ovelhas e os ruminantes em geral".

Frey disse que, embora na Argentina somente existam 50 usinas de processamento de leite ovino, repartidos entre a Região Pampeana e a Patagônia, essa atividade pode ser um bom negócio para os produtores de pequena escala, porque o investimento necessário para iniciar a atividade é moderado, enquanto os produtos obtidos são valiosos.

Nesse sentido, ela explicou que o leite ovino possui benefícios para a saúde das crianças e para as pessoas com problemas de tolerância aos produtos ovinos. "A porcentagem de gordura e proteína do leite de ovelha é praticamente o dobro que o das vacas, e os queijos fabricados com esse leite são considerados delicatessen, com um maior preço no mercado".

A reportagem é do http://www.agrositio.com, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.

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