Os dados são provenientes de um relatório do analista Carlos Salgado, incluído na última edição da revista "Lana Noticias" do Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL).
Segundo ele, o negócio da carne ovina evoluiu nos primeiros dias de 2008 em um marco de preços muito superiores aos do ano anterior. Para ele, o fortalecimento da demanda brasileira desde o final do ano passado e a recuperação que os preços vêm registrando na União Européia (UE), geraram condições de valores muito favoráveis para a carne ovina.
Quanto às perspectivas para o ano, a análise de Salgado informa que a principal característica do comércio mundial de carne ovina estará marcada por uma menor oferta exportadora a nível mundial.
Neste sentido, o relatório do SUL encontra uma explicação a esta conjuntura em uma queda nos níveis de produção e exportação da Austrália e Nova Zelândia, que concentram 90% das exportações mundiais de carne ovina.
O crescimento nas exportações de cordeiro da Austrália cairá no resto do ano. Apesar de a situação crítica gerada pela intensa seca ter sido revertida em novembro de 2007, a menor produção de cordeiros por esse motivo não permitirá um aumento na oferta. A queda estimada na produção de cordeiros australianos é de 3%, enquanto os excedentes de exportação deverão cair 1,2%.
A redução na produção de carne de cordeiro será de cerca de 50 mil toneladas, o que representa uma redução de 18% e a queda das exportações deste produto será de 17%.
Salgado explicou que o preço do cordeiro pesado na Austrália vem refletindo este panorama de oferta, alcançando os níveis máximos desde julho-agosto de 2004, com preços de US$ 3,30 o quilo em fevereiro passado.
Na Nova Zelândia, a produção de cordeiros em 2007 caiu em 1,7 milhão de cabeças, e as condições de produção continuam comprometidas.
O preço médio alcançado pelo cordeiro neozelandês em pé em 2007 foi de US$ 1,24 o quilo, aumentando 5% com relação ao ano anterior.
No Uruguai, espera-se para 2008 uma disponibilidade de cordeiros levemente menor à de 2007.
O ano começou com preços recordes para o cordeiro pesado precoce de US$ 2,19 para o quilo de carne e preços mínimos para o cordeiro pesado de US$ 2 o quilo de carne. Para o SUL, esses são sinais positivos para a tomada de decisões na engorda de cordeiros.
As condições de déficit hídrico no verão tiveram um impacto negativo nas pastagens, mas em contrapartida, contribuíram favoravelmente com a condição sanitária de todos os ovinos, que apresentam um peso vivo muito bom a nível de campo.
A reportagem é do El País
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