Porém, redirecionar a mercadoria não é tão fácil como parece e ter que repatriar os contêineres eleva os custos, produzindo várias perdas para a empresa. "Um dos problemas é o rótulo", disse uma fonte da empresa. Quando se produz e se exporta uma determinada mercadoria a um destino, a carga recebe um rótulo especial para esse mercado. Nesse caso, é para um país árabe e poderia ser usada a alternativa da mercadoria ser recolocada em outro destino árabe, mas não é tal fácil.
Os contêineres estavam chegando nessa semana a portos intermediários - não vão diretamente para a Líbia - e a empresa tentava sondar possíveis negócios em outros destinos para evitar perdas maiores. Segundo o Faxcarne, o negócio com a Líbia tinha sido fechado a US$ 5.000 a tonelada.
A tonelada de carne ovina continua se valorizando no mundo e já alcançou uma média de US$ 4.463, quando, em fevereiro de 2010, estava em média em US$ 3.050. O Uruguai conta com uma menor produção de cordeiros, assim como seus dois principais competidores no mercado internacional, a Austrália e a Nova Zelândia, mas, como a demanda por carne ovina se mantém alta e caiu a produção mundial, os preços se mantêm altos.
Aos mercados do Oriente Médio e norte da África (Egito, Argélia, Líbia, Irã e Iraque), não somente é expotado carne ovina, mas também, há empresas uruguaias que exportam carne bovina. A Líbia é cliente do Uruguai, principalmente no setor de carne ovina, e no ano passado comprou US$ 1,7 milhão.
Precisamente, até 26 de fevereiro, a Líbia demandou 174 toneladas de carne ovina uruguaia, aumentando notoriamente as compras com relação ao mesmo período do ano passado, quando apenas tinha chegado a comprar 23 toneladas, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC).
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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