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Uruguai descarta aumento abrupto nos preços da lã

postado em 04/07/2013

1 comentário
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O presidente do Secretariado Uruguaio de Lã (SUL), Joaquin Martinicorena, disse que “embora os estoques mundiais de lã estejam limitados, a demanda está sendo suprida devido à deterioração das economias de mercado, como é o caso da União Europeia (UE)”.

Após participar do 82º Congresso Mundial de Lã organizado pela International Wool Textile Organization (ITWO), desenvolvido na cidade de Biella, Itália, Martinicorena lembrou que os problemas econômicos da UE, onde estavam alguns dos mercados tradicionais da lã uruguaia, “somam-se ao fato de a Austrália estar em processo de desvalorização de sua moeda, que tem um efeito de baixa no valor internacional da lã”.

Os problemas econômicos da UE, por sua vez, repercutem na China, principal importador de lãs uruguaias, porque esse país processa e vende a vários países europeus grande parte das lãs que compra.

Segundo ele, o congresso mostrou que “a tendência mundial aponta a uma demanda de lãs de entre 17 e 19 micra, já que esse produto está cada vez mais presente nas coleções de moda e as exigências têm crescido sensivelmente nesse sentido. As lãs que estão em 16 micra e/ou menos, não serão tão fáceis de vender como em outras épocas”.

Entre outros temas que foram discutidos em Biella, esteve o bem-estar animal e as boas práticas de manejo, ao que se deu uma grande importância. “O problema é que a UE, principal lugar onde isso é levado em conta, está passando por um mal momento econômico e, portanto, sua demanda não está tão forte como deveria. Porém, quando esse continente puder deixar para trás os inconvenientes econômicos, essa exigência será um fator de relevância e devemos estar prontos para cumprir com o que solicitem”.

No bem-estar animal o Uruguai tem certas vantagens comparativas que deverão começar a explorar no futuro, porque os consumidores cada vez mais dão importância a essa característica.

Também se estabeleceu no congresso que “começará um processo internacional para coletar dados sobre pegadas de carbono no processo de produção de lãs, já que isso é considerado relevante para evitar a contaminação ambiental. Em ambas as situações, o Uruguai está bem posicionado a nível mundial”, disse ele.

A rentabilidade do setor também foi discutida. “O Uruguai é caro na hora de produzir lãs. Nesse marco, a principal alternativa para reduzir os custos passa pela redução no valor das tarifas, como a da energia”, disse Martinicorena. A energia eólica é uma alternativa que ganha grande importância ao setor têxtil. “A geração de energia eólica – entre as renováveis – converte-se em um fator chave para se conseguir uma melhor competitividade, já que estamos hoje em clara desvantagem de custos frente a nossos rivais comerciais. Já há empreendimentos industriais que estão utilizando, mas é fundamental que se estenda mais pelo bem de todo o setor”.

Quanto às vendas no mercado local, o presidente da União de Consignatários e Rematadores de Lãs do Uruguai, Ricardo Stewart, informou que os negócios são escassos, dado que os atuais valores não agradam os produtores. “isso, no entanto, é mais acentuado na lã fina, já que nesse caso as quedas estão em torno de 25% com relação aos preços pagos há um ano. O produtor hoje não está vendendo e apenas em algumas categorias há poucos valores de referência. É muito difícil que alguém que há um ano vendia por US$ 8 o quilo, hoje venda a US$ 6 o mesmo tipo de matéria-prima. Nas lãs grossas, a situação se ameniza um pouco, já que as baixas foram menores”. Ele também disse que o “fator Europa” é a principal explicação para o mercado estar “muito frio”.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
 

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Comentários

Leonardo Rohrsetzer de Leon

Bagé - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de lã
postado em 05/07/2013

Destaco esta parte da matéria: "a tendência mundial aponta a uma demanda de lãs de entre 17 e 19 micra" Existe no RS um grupo de produtores de Merino Australiano, única raça capaz de atingir estes números, que já estão alcançando estes índices através da importação de reprodutores uruguaios e seleção de rebanho. O preço desta lã supera U$ 15 por quilo e uma ovelha produz em média 4 kg de lã.

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