Em um relatório sobre a situação e as perspectivas de produção ovina, a Oficina de Programação e Políticas Agropecuárias (Opypa) do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai adverte que, embora as perspectivas para o setor ovino sejam animadoras, isso não quer dizer que estejam dadas as condições para a recuperação do setor. Para a Opypa, isso depende do desempenho dos outros produtos que competem com o ovino pelo uso da terra.
Segundo o relatório, nos primeiros meses de 2009, foi verificado um aumento significativo dos abates em relação ao exercício anterior da ordem de 35%, explicado por um aumento de 52% no abate de ovelhas e de 50% no de cordeiros.
Quanto às exportações, nos primeiros dez meses de 2009, já haviam sido exportadas 24.000 toneladas equivalente carcaça, o que equivale a um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano de 2008. Em termos de valor, os preços caíram com relação a 2008. Segundo a Opypa, nos primeiros dez meses do ano, o preço médio de exportação de carne ovina caiu 14% com relação ao mesmo período de 2008, passando de US$ 2.848 por tonelada equivalente carcaça para US$ 2.444.
Os valores das exportações totais de carne ovina até outubro de 2009 foram 6% maiores do que no mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 58 milhões. A partir dessa evolução é que a Opypa considera provável a superação dos US$ 70,7 milhões ao fechamento do ano, valor que marcou um recorde histórico em 2008.
Com relação às exportações de ovinos em pé, 2009 marcou uma leve recuperação, ainda que sem chegar aos valores de 2006 e 2007, quando se superou o número de meio milhão de cabeças. Nos primeiros 10 meses de 2009, foram exportados 190.000 animais, enquanto no mesmo período de 2008, esse número foi de pouco mais de 100.000 cabeças. Em termos de valor, no período de referência de 2009, esse chegou a US$ 6,6 milhões, enquanto em 2008, foram exportados US$ 4,7 milhões.
Quanto às perspectivas de mercado, a Opypa entende que os preços da carne e da lã tenham se recuperado, porém não chegando a alcançar os valores anteriores à crise. No entanto, os principais exportadores de carne e lã seguem com rebanhos menores, de forma que a oferta continua se ajustando à baixa.
Essas circunstâncias marcam um cenário muito favorável para o setor ovino. No entanto, o relatório da Opypa é pessimista quanto ao fato de esse cenário animador ser capaz de reverter a contínua redução do rebanho. Nesse sentido, o relatório informa que isso dependerá da evolução mostrada pelas atividades que competem com o ovino e que incidem na decisão do produtor.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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