Gestões realizadas pela delegação uruguaia que participou das reuniões anuais da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), formada por Francisco Muzio, Carlos Correa e Jorge Bonino Morlán, possibilitaram que os europeus aceitassem o envio de um documento científico, demonstrando que a carne ovina com osso, no caso do Uruguai, não oferece risco algum ao bloco europeu.
O dossiê contém uma análise da história da febre aftosa nos ovinos, analisa o sistema de produção do Uruguai - onde ovinos e bovinos comem juntos nos campos - e no qual, há duas décadas, não são vacinados os animais lanares contra a aftosa. Por não ter cobertura vacinal, como ocorre com os bovinos, se houver uma oferta de vírus da aftosa, seriam os primeiros a ficar doentes e mostrar sintomas.
Por outro lado, o documento também afirma que nos dois episódios de aftosa que afetaram o Uruguai - um em Artigas, em 2000, e um que afetou todo o país, em 2001 - a doença não foi um problema dos ovinos, diferentemente das epidemias européias, onde os ovinos foram os protagonistas, devido ao tipo de sistema produtivo usado. Também há diferença nas cepas de vírus detectadas em ambos os continentes.
O documento enviado à Direção Geral de Serviços Pecuários, também contém dados científicos de amostras sorológicas realizadas periodicamente sobre as espécies ovina e bovina, para detectar uma eventual presença de vírus vivos no campo.
A reportagem é do El País, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint.
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