"No futuro veremos menos produtores, mas muito mais especializados em produzir o que o mercado quer. Quem não mudar sua mentalidade, mudará de setor ou perecerá", disse o diretor do Programa de Carne e Lã do Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INIA), Fabio Montosi, ao falar sobre o tipo de ovinocultura que deverá predominar nos próximos 10 anos. Montosi, junto com Pedro Otegui, da indústria têxtil, fizeram parte de um painel, no II Seminário sobre Melhoramento Genético em Ovinos, organizado pelo Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL) e pelo INIA.
Produzir mais lãs finas e aumentar a qualidade da carne ovina "requer um processo de especialização que envolve o aumento da produtividade e da qualidade do produto", disse Montosi. Por outro lado, em algumas terras, a produção ovina compete com outros setores agropecuários e, nestes locais, "a produção ovina deverá produzir lãs mais competitivas para o mercado internacional e aumentar a eficiência reprodutiva e o crescimento dos cordeiros, para poder competir contra o avanço da agricultura ou do reflorestamento".
Baseando-se nesta realidade, Montosi disse que o setor tem que se "especializar" e dar esse passo requer "um processo de inovação tecnológica em geral e planos de melhora genética que ajudem a aumentar a qualidade, a produtividade e a eficiência do produto para atender ao mercado internacional e competir contra os outros setores que crescem".
Otegui, por sua vez, ao analisar o tipo de lã que o Uruguai deverá produzir na próxima década, estimulou os produtores a afinar seus lotes. Segundo ele, nos últimos 15 anos, no mundo, incentiva-se a produção de lã finas. "Mais de 70% da lã produzida pela Austrália têm menos que 23 micra, são lãs menores a 20 ou de 16 micra. O Uruguai pode ter ovinos que produzam lãs finas e superfinas e, ao mesmo tempo, boa qualidade da carne e isso pode ser conseguido com manejo no campo e com incorporação de genética", disse ele.
A reportagem é do El País.
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