“A desvalorização do Real jogou contra nós, afetando a importação de carnes do Brasil”, disse o gerente geral da Central Laneira Uruguaia (CLU), Diego Saavedra. Ele disse que a expectativa é que se tenha chegado ao pico de preços e que, por isso, aguardam valores iguais ou melhores.
O panorama de negócios do ano passado determinou que se devolvesse mais de 30% da cota da UE. A devolução de parte da cota europeia por parte da indústria frigorífica obedeceu em parte à falta de oferta de animais preparados, situação que pode ter sido motivada pela falta de preços atrativos e também pelas consequências climáticas adversas que impediram de preparar bem os animais. O não cumprimento das cotas tem sanções importantes para os frigoríficos que, diante das dificuldades que se apresentaram, optaram por devolver parte dessa cota.
Para cumprir com os negócios à Europa, destina-se fundamentalmente a carne de cordeiros pesados desossados, o que significa que são limitados aos quilos que se obtenham por animal. Isso significa que faltará oferta suficiente de cordeiros em função dos preços e também por razões de clima, fato que atrasou bastante a engorda.
O efeito de menores preços europeus teve um papel importante também, porque parte do que se destinou ao Brasil, pela melhora dos valores, poderia ser colocado na UE. Embora o Brasil não seja um grande consumidor de pernas de cordeiro, é claro que se não fosse pelos preços negociados, essa produção poderia ter tido como destino a Europa. As exportações foram feitas fundamentalmente à Europa e ao Brasil, embora também tenham sido feitos negócios relevantes com a China e com a Rússia. O problema não foi a demanda, foi os preços, disse Saavedra.
A reportagem é do El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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