A Sociedade Criadores de Merino Australiano e a empresa Lanas Trinidad S.A. renovaram o acordo comercial para a safra de 2007-08. Na safra passada, a empresa recebeu 600 mil quilos de lã suja de menos de 20,7 micra. Agora, a expectativa é aumentar o volume para 750 mil quilos nas tosquias que começarão a partir de agosto.
"É um volume importante de lãs de altíssima qualidade que são produzidas no país e que já não são importadas de outras origens", disse o diretor da Lana Trinidad S.A., Pedro Otegui. "Quando o Projeto Merino Fino teve início há cinco anos, pensava-se em destinar as lãs produzidas às empresas locais dedicadas à produção de telas para exportação. Hoje, as coisas mudaram tanto que já estão sendo feitas algumas provas de exportação com firmas da Alemanha e Itália, para começar a colocar estas lãs no grande mercado da Europa".
Na safra de 2006-07 que acaba de terminar, os 600 mil quilos base suja produzidos tiveram um diâmetro médio de 19,8 micra. As lãs com finuras entre 15 e 19,5 micra representaram 32% do total. Por isso, a Lanas Trinidad se comprometeu a financiar nesta safra o uso da genética de ponta que hoje o Uruguai conta, para que os produtores aprimorem mais seus rebanhos.
Uma das velhas aspirações dos produtores de lã do Uruguai é ter acesso aos preços internacionais. Hoje, não somente estão cobrando o mesmo que os australianos, mas também, em alguns casos, têm uma bonificação de 2% acima deste preço médio.
"Não é importante só o preço, mas também, ter a segurança da colocação da produção. Hoje já sabemos que temos mercado. Isso se dá no marco de uma conjuntura mais que boa porque no mundo se produzirá menos lã fina para satisfazer uma demanda igual ou até crescente", disse Fros.
A meta do acordo é chegar a produzir um milhão de quilos. Atualmente existe falta deste tipo de lã no mercado mundial e a Austrália - que mostra tendência ao afinamento - terá uma falta de 20 milhões de quilos devido à seca.
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