Organizado pelo Meat and Livestock Australia (MLA), Meat & Wool New Zealand e Cooperativas Agrárias Agricolas da União Europeia (UE), pela primeira vez na história se juntaram os compradores, produtores, indústrias e outros integrantes da cadeia ovina, para analisar o futuro e discutir os problemas que hoje impedem o crescimento da produção e a comercialização do produto. O fórum contou com a participação de 140 pessoas de 25 países.
Hoje os consumidores mundiais e principalmente os europeus estão preocupados em "produzir carcaças mais pesadas e mais magras; que a produção se faça respeitando o meio ambiente; favorecer que a produção de carne ovina esteja ligada à promoção da saúde humana e que o produto seja cada vez mais versátil", disse Montossi.
Porém no fórum, foi justamente na questão da versatilidade da carne ovina que surgiu uma inovação. "Dois especialistas da cadeia de supermercados Tesco, que se encarregam de desenvolver o negócio da carne ovina, contaram que cada vez mais o consumidor está contra comprar gordura e osso". Essa visão sacudiu a delegação uruguaia, porque sempre se acreditou que as oportunidades para a cadeia ovina estavam relacionadas a produzir carcaças mais pesadas e entrar nos mercados com cortes com osso.
No entanto, segundo os dois especialistas, "a expectativa é que cada vez mais nos encontremos com porções e com cortes sem osso", disse Montossi.
Os produtores europeus veem o Uruguai - terceiro maior produtor mundial de carne ovina - a Austrália e a Nova Zelândia como seus principais competidores no mesmo mercado. Por isso, "a ideia foi nos juntarmos para discutir as oportunidades e os desafios que tínhamos, como exportadores e importadores de carne ovina. É claro que existem oportunidades para todos os países produtores e exportadores de carne ovina, mas essas oportunidades estão ligadas a promover o consumo a nível mundial".
O fórum teve quatro grandes seções: panorama do setor e suas tendências de oferta e demanda; produção, meio ambiente e mudança climática; expectativa dos consumidores; e a carne de cordeiro para apoiar a demanda e maximizar os lucros.
A má notícia é que a UE exigirá rastreabilidade. Segundo Montossi, no fórum foi divulgado que no próximo ano começa a funcionar a rastreabilidade obrigatória para esse produto. "Os produtores estão contra e dizem que isso os torna vulneráveis, pedindo que, como passo intermediário, se aprove a rastreabilidade grupal". Isso é preocupante porque o requisito também será aplicado de forma obrigatória para os demais países de fora da UE.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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