De acordo com o professor Augusto Hauber Gameiro, coordenador da pesquisa, a empresa conseguiu se estabelecer no setor por meio de uma série de estratégias, entre elas a certificação, a padronização de procedimentos e produtos e a força da marca da carne, que a associou a um produto de qualidade, voltado a um público diferenciado. Atualmente, a empresa é responsável por fornecer 70% da carne ovina consumida na região metropolitana de São Paulo.
A empresa possui duas fazendas, uma na região de Mococa e outra em Jaguariúna, ambas no interior do Estado. Além da criação própria, eles trabalham com outros ovinocultores fornecendo, inclusive, melhoramento genético aos rebanhos e assessoria técnica. "Isso garante que os animais tenham uma genética semelhante, fazendo o produto ter um mesmo padrão de qualidade", explica. Os animais são abatidos jovens (cordeiros), por volta dos 4 meses de idade, com peso médio de 18 kg, que geram 48% de rendimento de carcaça e conferem maciez e suculência à carne.
Como a maioria dos frigoríficos trabalha com abate bovino, os equipamentos precisam ser adaptados para uso em ovinos. A solução encontrada pela empresa foi o arrendamento de frigoríficos durante alguns dias para o abate específico dos cordeiros. Os animais são abatidos e as carcaças são encaminhadas inteiras à sede da empresa, em Pirassununga. "Tanto durante o abate como no beneficiamento há um fiscal do Sistema de Inspeção Federal (SIF, ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) que acompanha o processo, levando certificação ao produto, e garantindo a qualidade", comenta o professor.
Os cortes, as embalagens e a etiquetagem seguem uma padronização que reforçam a marca da empresa, que também é a responsável pela distribuição da carne aos clientes. "Se houver falta de produto, eles importam carne ovina do Uruguai e da Argentina, a fim de garantir a demanda dos consumidores", conta Gameiro.
A pesquisa foi apresentada durante a "46ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia", que ocorreu em Maringá, Paraná, entre os dias 14 e 17 de julho. O projeto foi elaborado pelos alunos Eugenio Yokoya, Juliana de Vazzi Pinheiro, Julianne de Rezende Naves e Michele Ribeiro da Silva, mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal da FMVZ, em Pirassununga. Os pesquisadores entrevistaram os administradores da empresa, além de terem visitado e acompanhado as várias etapas de produção na fazenda e no frigorífico.
As informações são da Agência USP, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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