Outra preocupação, segundo o FMI, é a de que a tentativa de estabilizar a inflação em meio a tanta volatilidade possa ter um custo econômico significativo. "Essa preocupação é maior em economias em que a participação da alimentação na cesta de consumo é alta e os efeitos desses choques são maiores", explicam os economistas do FMI.
Segundo o Fundo, os preços de alimentos estão cerca de 80% mais altos em termos reais na comparação com janeiro de 2000, enquanto os preços de petróleo estão ao redor de 175% mais altos. "Por outro lado, numa perspectiva mais longa, os preços de alimentos atingiram um nível histórico de baixa em 2000, após décadas de declínio. Isso deixa claro que o potencial de oscilação dos preços das commodities é alto."
Ancoragem das expectativas
Uma vez que os preços de commodities, especialmente alimentos, devem seguir voláteis e elevados, o efeito desses choques nas economias e a resposta a ser dada pelos formuladores de políticas dependem muito de como as expectativas de inflação estão ancoradas. "Se a credibilidade da política monetária é baixa, então as expectativas de inflação no médio prazo acabam sendo revisadas para cima como resposta às notícias de alta de preços. Em contraste, se o setor privado acredita que o banco central irá estabilizar a inflação, então as expectativas de inflação no médio prazo acabam respondendo menos a notícias de inflação", afirma o relatório do FMI.
De acordo com o Fundo, as expectativas de inflação costumam estar menos ancoradas em nações emergentes ou em desenvolvimento do que em economias avançadas. "Nem todos os emergentes e países em desenvolvimento, no entanto, têm expectativas de inflação ancoradas com fraqueza. As expectativas têm se mostrado bem ancoradas em economias emergentes e em desenvolvimento onde o banco central tem uma meta explícita de inflação".
Segundo o FMI, de um modo geral a credibilidade do banco central contribui para a estabilidade da economia, uma vez que as expectativas ficam mais bem ancoradas e as respostas das políticas aos choques podem ser mais bem calculadas. "Uma credibilidade maior permite ao banco central estabilizar a inflação (tanto cheia como o núcleo) com menos aperto monetário e menos perda associada à atividade produtiva", analisa o documento.
As informações são da Agência Estado, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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