"Precisamos mostrar que a agricultura pode produzir sem destruir, mas não é arrancando 20% dos canaviais para fazer floresta", disse Rossi, no primeiro discurso oficial como ministro. Além dele, três ex-ministros da Agricultura que o antecederam - Reinhold Stephanes, Luís Carlos Guedes Pinto e Roberto Rodrigues - acompanharam a abertura da feira.
A reserva legal está prevista no Código Florestal desde 1956. Um decreto presidencial de 2008 previa que, no ano passado, começariam a ser aplicadas sanções aos donos de propriedades rurais que não cumprissem a reserva de 20% de mata nativa, mas o prazo foi prorrogado até 2011.
"Só um doido pode propor que se corte produção num país que é o celeiro de alimentos do mundo", disse. Rossi chamou de "vazios" os discursos de parte de ambientalistas e disse que só quem pode defender o ambiente é o produtor. "Não venham nos dar aulas de como se protege o meio ambiente nos salões perfumados das elites de São Paulo, nos shoppings, venham aqui pôr os pés na terra roxa de Ribeirão."
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o secretário de Estado da Agricultura, João Sampaio, adotou um tom mais conciliador, mas fez coro ao ministro. "Na nossa região temos fazendas consolidadas há mais de cem anos, e querer recompor isso, deixando de produzir, não tem bom senso."
Cesário Ramalho, presidente da Agrishow e da Sociedade Rural Brasileira, disse que achou positivo o fato de o tema ter sido abordado durante a abertura e disse que vai cobrar a reforma do Código Florestal. "Fiquei muito contente que o ministro se sensibilizou, então agora vamos cobrar dele. O presidente Lula, que tem toda a força que fala que tem, eu quero ver a força dele agora de bater na mesa e falar: "vamos votar o Código Florestal'", disse.
Mais Alimentos
Durante a abertura da feira, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, anunciou que o Programa Mais Alimentos passará a ser uma política pública permanente. "Em primeira mão, quero dar uma boa notícia: o presidente Lula me autorizou a anunciar que o Programa Mais Alimentos está perenizado. Agora não será mais anual, mas sim uma política pública permanente de Estado. E a linha de crédito será ampliada."
Cassel destacou que o Mais Alimentos é um programa de sucesso porque contempla crédito, assistência técnica, seguro agrícola e comercialização. E destacou que a parceria entre a agricultura familiar e a indústria tem permitido avanços na modernização das unidades produtivas familiares e a superação de gargalos de produção, armazenamento e distribuição. "Hoje temos um rural pujante, capaz de produzir alimentos para garantir a segurança alimentar", salientou o ministro.
Dirigindo-se a Cassel, o ministro Wagner Rossi, afirmou: "Aqui está um ministro que é responsável por uma revolução, que fez com que o pequeno agricultor voltasse a produzir com o Programa Mais Alimentos. Ele está provocando a modernização do campo e aumentando a produção de alimentos". A importância do Mais Alimentos foi reforçada pelo vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchezan. "Quando o presidente Lula lançou o Programa, não imaginava a magnitude que ele tem hoje".
As informações são da Folha de S.Paulo e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
José Ricardo Skowronek Rezende
São Paulo - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 27/04/2010
Parabéns ao novo Ministro pela coragem.
Precisamos votar logo o novo Código Florestal. Não é razoável que quem formou pastos ou lavouras a décadas, agindo absolutamente dentro da lei e de acordo com os interesses da política pública vigente na ocasião, como ocorreu na abertura de Ribeirão Preto, seja agora obrigado a se enquadrar as suas expensas a exigências posteriores. Não faz sentido e fere o direito adquirido. Um município, por exemplo, pode sempre alterar sua lei de uso e ocupação do solo, mas seus efeitos vigoram apenas para novas construções.
Acho que o Brarsil é um dos paises com maior indice de florestas preservadas do mundo e não deveria abrir mão de parte da riquesa gerada pela sua agropecuária para ampliar ainda mais a área de florestas. Creio que se devidamente consulta a sociedade comunga com esta percepção.
Mas se após esclarecida a sociedade entender que precisa de mais florestas e menos comida o Estado precisa, antes de qualquer coisa, desapropriar as áreas que forem destinadas ao reflorestamento e indenizar os legítimos proprietários. O que não podemos aceitar é, por pressão de alguns grupos, que os agrcultores e pecuaristas sejam simplesmente "expropriados". Afinal vivemos num Estado de direito que defende a propriedade privada.
Att,