Rossi, 68, é o quarto ministro a deixar o governo Dilma Rousseff, menos de oito meses depois da posse da presidente. Filiado ao PMDB, ele estava no ministério desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rossi era uma indicação pessoal do vice-presidente Michel Temer. Sua queda arranha o coração do governo e abala a delicada relação entre o PT e o PMDB, os dois maiores partidos da aliança que elegeu a presidente.
A Polícia Federal abriu no início da semana um inquérito para investigar as acusações de um ex-funcionário do ministério, Israel Leonardo Batista, que chefiou o setor de licitações da pasta e foi afastado no início deste ano. Em entrevista à revista "Veja", Batista acusou o lobista Júlio Fróes de ter distribuído propinas a ele e outros funcionários depois de assegurar um contrato milionário do ministério com uma empresa que representava.
Ele reafirmou a acusação nesta semana em depoimento à PF e numa entrevista à Folha, em que afirmou que o ministério foi "corrompido" após a chegada de Rossi. Em sua carta de demissão, Rossi afirmou que o governo virou alvo de uma "campanha sórdida" e que ele foi atingido por "acusações falsas sem qualquer prova."
A crise na Agricultura começou em julho, quando o diretor-financeiro da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Oscar Jucá Neto, foi demitido após autorizar o pagamento de uma indenização milionária em circunstâncias suspeitas.
Em sua carta de despedida, enviada à presidente Dilma, Wagner Rossi defende sua gestão e faz ataques à imprensa, citando a revista "Veja" e a Folha. "Sei de onde partiu a campanha contra mim. Só um político brasileiro tem capacidade de pautar "Veja" e Folha e de acumular tantas maldades fazendo com que reiterem e requentem mentiras e matérias que não se sustentam por tantos dias", disse, sem citar o nome do tal político.
Wagner Rossi afirmou que respondeu a todas as acusações com documentos "comprobatórios" que a imprensa, segundo ele, "solenemente ignorou". Rossi disse que "alguns órgãos de imprensa partiram para a tentativa de achincalhe moral". "Faziam um enorme número de pretensas "denúncias" para que o leitor tivesse a falsa impressão de escândalo, de descontrole administrativo, descalabro." "Não os temo [...], mas não posso fazer da minha coragem pessoal um instrumento de que esses covardes se utilizem para atingir meus amigos ou meus familiares", escreveu.
O ministro disse ainda que, nos últimos dias, passou a sofrer pressões de familiares, o que precipitou seu pedido de demissão.
Leia a íntegra da carta de demissão de Wagner Rossi clicando aqui.
Deputado Mendes Ribeiro deve ser o novo ministro da Agricultura
O PMDB indicou o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) para o lugar de Wagner Rossi no Ministério da Agricultura. A indicação foi feita ontem à noite à presidente Dilma Rousseff em reunião com o vice Michel Temer.
Dilma concordou com a indicação, mas pediu tempo para formalizar o convite pois ainda precisava conversar com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. A nomeação de Mendes Ribeiro abre espaço para que seu suplente, Eliseu Padilha (PMDB-RS), assuma a sua vaga na Câmara. Padilha é adversário político de Genro.
Além de líder do governo no Congresso, Ribeiro é amigo de Dilma desde os tempos em que ela atuava no PDT gaúcho. Assim como Wagner Rossi, ele é ligado a Temer. Antes de definir o nome, o vice-presidente afirmou: "Estudamos quatro ou cinco nomes. O novo ministro terá de ser ficha limpa como foi o ministro Wagner Rossi."
Na transição de governo, Dilma pensou em nomear Mendes Ribeiro para esse e outros postos. Só não o fez à época em razão de Eliseu Padilha, que fez campanha contra Dilma no Estado na eleição passada, enquanto Ribeiro foi um dos poucos peemedebistas a trabalhar por ela no Rio Grande do Sul.
As informações são do jornal Folha de S. Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe Agripoint.
Celio Alves de Souza
Ervália - Minas Gerais - Mídia especializada/imprensa
postado em 18/08/2011
Tomara que o novo Ministro de uma mexida nesta área de inspeção de produtos de
origem animal(DIPOA),orgão ligado a SDA,principalmente na divisão de leite,onde
querem acabar com a inspeção permanente dentro das industrias de laticínios.Eles
acham que leite e derivados não são alimentos e com isso so se preocupam com
a carne.Nos não somos obrigados a tomar leite com soro e consumir produtos contaminados.
Se não tem gente suficiente no SIF,contratem atraves do artigo 102 do RIISPOA.
Sinto tanta saudade do velho dr. Jose Pinto da Rocha que antigamente na chefia da divisão de leite do DIPOA e mais tarde como Secretário da SIPA,hoje DIPOA ,elevou
o nome da inspeção fazendo com que ela funcionasse de maneira permanente e
eficaz.