"A propriedade tem que ser economicamente viável. As leis do mercado não obedecem decretos e índices de produtividade.
Quanto mais produzo, mais cai o preço, e acabo tendo prejuizo; e com prejuizo, não tem como cumprir a função social.
Quebro produzindo ou tenho que mudar o foco da minha atividade...
Na agricultura é difícil mas é possivel um ano plantar soja, outro milho, outro amendoim, outro girassol, outro canola, etc, conforme as demandas do mercado e lucratividade, embora tenha que recorrer a suporte técnico e maquinário para tanto.
Na pecuária não tenho como produzir leite este ano, cria no outro, tourinhos no outro, engorda no outro, recria no outro, soja no outro, leite no outro... mas tem como alimentar melhor minhas vacas e selecionar meu rebalho para produzir mais leite... mais carne...
Mas se eu tiver prejuízo, como tem acontecido, de R$ 0,04/litro, quanto mais eu produzir mais eu perco, e saturo o mercado aumentando o prejuizo.
Qualquer indústria aumenta ou diminui a produção e a produtividade conforme o mercado. Dá férias coletivas, demite, férias coletivas prorrogadas. Na fazenda isto não é possível.
Não é ser ocioso, é ser economicamente viável, é manter o mercado abastecido, sem saturar, para que a atividade seja viável. Quando o mercado está saturado os preços caem e tenho prejuízo, saio da atividade, quebro, paro, o mercado fica desabastecido, gritaria, inflação...
Quero ter a liberdade de regular a minha produção de acordo com o mercado. Ter lucro e poder cumprir a função social. Ficar no mercado e não ser alijado dele por conta de índices de produtividade."
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Opinião da CNA sobre a revisão dos índices de produtividade:
Durante o seminário "CNA discute o Brasil", realizado no dia 10/11, na sede da entidade, em Brasília, a senadora Katia Abreu afirmou que a exigência de índices de produtividade para o setor agropecuário "é uma agressão à livre iniciativa, que consiste em um dos pilares da democracia". Segudno ela, "o produtor rural como empresário que visa ao lucro de sua propriedade privada é que deve decidir quanto, quando e o que produzir, levando em conta um conjunto de fatores. Não é o governo com suas decisões que deve vir com a mão forte e pesada nas decisões do empresário querendo revisar os índices de produtividade", disse a senadora." (Leia a matéria na íntegra.)
José Roberto Pires Weber
Dom Pedrito - Rio Grande do Sul - Produção de gado de corte
postado em 12/11/2009
Caro colega pritor Wilson:
Sua manifestação é perfeita e vem ao encontro das minhas idéias expostas em comentário sobre o mesmo tema, no Beef Point. Só é contrário quem não conhece produção ou tem preconceito ideológico. Parabéns!
José Roberto Pires Weber