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WSPA e Mapa trabalham para melhorar bem-estar

postado em 03/06/2009

2 comentários
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Depois de quase dez anos da publicação, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Instrução Normativa nº 3, que regulamenta o abate humanitário de animais de produção, o tema bem-estar animal volta a ganhar força com um programa inédito de capacitação de frigoríficos e fiscais agropecuários federais ligados à indústria.

A iniciativa é do Programa Nacional de Abate Humanitário (Steps), lançado recentemente pela Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) e pelo Mapa, que pretende reciclar boas práticas de produção nas fases pré-abate e abate e, com isso, elevar a qualidade da carne produzida no País.

O programa tem financiamento para cinco anos e a capacitação levará em conta critérios comerciais e legislativos referentes a bem-estar animal, do transporte até o frigorífico, passando pelo desembarque na indústria, manejo e descanso nos currais e insensibilização para o abate. A meta é capacitar este ano profissionais de 170 frigoríficos de Santa Catarina; depois, o projeto se estenderá para São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. "A participação da indústria é voluntária e a ideia é que o fiscal capacitado seja um multiplicador do treinamento", diz a coordenadora do Steps, Charli Ludtke.

O curso é dado por veterinários e zootecnistas e dura dois dias. O material didático inclui DVDs, apostilas e manuais, elaborados sob orientação de consultoria inglesa especializada em bem-estar animal. As filmagens foram feitas nos melhores frigoríficos do País. "O material foi baseado em boas práticas, aceitas no mundo todo."

"A proposta é minimizar o sofrimento dos animais e garantir a qualidade do produto final", diz Charli. Ela explica que as situações de stress a que os animais são submetidos durante o manejo causam alterações na carne. "A carne bovina fica escura, firme e seca. As carnes suína e de frango ficam pálidas, moles e soltam muita água."

Transporte

No Brasil, especialistas do setor concordam que o manejo do transporte da fazenda ou da granja até o frigorífico precisa ser aprimorado. "Na União Europeia, os transportadores de animais vivos são treinados. Entendem o comportamento do animal, respeitam normas como a lotação do caminhão e têm até licença especial", compara a coordenadora do Steps, Charli Ludtke.

Conforme Murilo Quintiliano, do Grupo Etco, o gargalo do transporte no País está nas péssimas condições dos caminhões e no manejo de embarque e desembarque. "O veículo deve ser adequado, facilitar a acomodação dos animais e estar em boas condições de uso, limpo e seguro. E nunca exceder a lotação permitida."

Pensando nisso, o Frigorífico Marfrig, já criou, há dois anos, um departamento exclusivo de bem-estar animal. "Um responsável acompanha, todos os dias, a rotina do animal e verifica o manejo, do embarque ao abate, além das condições das instalações", diz o zootecnista Stavros Tseimazides. O departamento também controla o número de animais machucados por lote e por fazenda.

Hoje, a União Europeia é o mercado mais exigente no que diz respeito ao bem-estar animal - em 2012 passam a vigorar no bloco normas que deverão ser cumpridas por países exportadores. "Para a UE, o Brasil está agindo de forma proativa", diz a fiscal federal agropecuária Andrea Parrilla, coordenadora da Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do Mapa. "Os europeus estão dispostos a pagar para quem produz privilegiando o bem-estar animal", diz o diretor da WSPA Brasil, Antonio Augusto Silva. "O Steps vai beneficiar toda a cadeia produtiva. Com padrões mais elevados de bem-estar animal, haverá menos perdas e mais oportunidades de mercado", avalia Charli.

A matéria é de Fernanda Yoneya, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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Comentários

Breno Augusto de Oliveira

Alto Araguaia - Mato Grosso - Consultoria/extensão rural
postado em 04/06/2009

Sendo o mercado UE com maior exigencia em bem estar animal e um dos agroalimentos que mais são exportados para este bloco é carne bovina.
E boi hoje em dia não esta mais nos estados SC, RS, SP e PR!

No meu ponto de vista estas capacitações devem ocorrer em locu e para motoristas e peões que a grande maioria são analfabetos. Para atingir este público tem-se que deslocar em muitos kms de estradas de terra e o pessoal do ar condicionado prefere popularizar esta importante lei em regiões asfaltadas e perto de praia. Vamos tirar o pé do chão moçada, bovino está no Xingu!

Giovana Mondelli

Bauru - São Paulo - Frigoríficos
postado em 07/06/2009

A implantacao do Programa de Abate Humanitario nos frigorificos e fazendas talvez seja o mais dificil de sair do papel. Nos que trabalhamos com controle/garantia da qualidade podemos escrever procedimentos maravilhosos, mas para chegar a praticar, necessitamos observar alguns pontos:

- Capacitacao da mao de obra que trabalha diretamente com os animais, nao vejo problema da pessoa ser analfabeta, o importante e saber fazer as informacoes chegarem ao nivel de instrucao desses trabalhadores, ou seja, mais exemplos e menos bla bla bla,

- Estrutura fisica das fazendas, dos meios de transportes e dos frigorificos, pois nao adianta nada ter uma equipe de trabalho formada e as instalacoes nao acompanharem o trabalho proposto, nao chegariamos nunca ao bem estar dos animais,

- Controlar com certa regularidade o que foi implantado, pois se nao ha controle a qualidade deste tipo de trabalho tende a diminuir ou mesmo ficar so no papel.

Pessoalmente acho um trabalho importantissmo nao so para a qualidade da carne mas tambem por saber que ficamos cada vez mais eticos no momento mais dificil da vida do animal, que e seu sacrificio.

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