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WWF: há espaço para dobrar área agrícola do Brasil

postado em 16/07/2009

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Há no país pelo menos 70,8 milhões de hectares que podem ser destinados à exploração agrícola sem que os produtores avancem no bioma amazônico ou desrespeitem a atual legislação que protege o que restou do Cerrado brasileiro. É o que revela estudo apresentado pelo WWF-Brasil durante o Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, promovido pela Allianz Seguros e realizado na manhã de ontem em São Paulo.

A área calculada é um pouco menor do que as estimativas de 90 milhões ou 100 milhões de hectares que circulam em eventos ligados ao agronegócio, mas ainda assim pode ser considerada um boa notícia pelo setor, sobretudo por ter sido apresentada pela maior ONG ambientalista do mundo.

Entretanto, segundo o WWF, boa parte da área potencial estimada é formada por pastos degradados localizados em regiões agrícolas já consolidadas, e a mudança de perfil depende de uma política de incentivos inexistente no Brasil. "O grande nó é como estimular o avanço da agricultura em áreas de pastagens degradadas. É preciso desenvolver a 'economia da floresta' e políticas públicas eficientes, e instrumentos de mercado também podem ajudar", afirmou Cássio Franco Moreira, coordenador do Programa Agricultura e Meio Ambiente do WWF Brasil.

Moreira lembra que, no total, os pastos ocupam cerca de 200 milhões de hectares no país, e que 30% dessa área está degradada e poderia ceder espaço para as lavouras. A conta resulta em 60 milhões de hectares, ou 43,9 milhões de hectares de potencial adicional. Mais uma vez, a lógica esbarra em uma falta de direcionamento que precisará da interferência do poder público. Nesse universo há terras pobres para a agricultura, ainda que ocupáveis, e propriedades que não estão à venda.

Mudanças climáticas

Para Karen Suassuna, analista sênior do Programa de Mudanças Clímáticas e Energia do WWF Brasil, é preciso uma convergência maior entre as políticas agrícola, energética e de transporte no país, sem o que a expansão sustentável da agropecuária e da economia em geral torna-se insustentável.

A WWF-Brasil estima que o investimento anual necessário para tentar estabilizar as emissões que provocam o efeito estufa e lidar com as mudanças climáticas no planeta está em torno de US$ 160 bilhões. Os recursos devem ser aplicados em ações como a manutenção de florestas e tecnologia, por exemplo.

Karen Suassuna relata que o montante equivale a cerca de um terço do orçamento militar dos Estados Unidos. Segundo o trabalho "G-8 Climate Scorecards 2009", os países do G-8 (Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão, Rússia, Estados Unidos e Canadá), somados ao G-5 (Brasil, México, África do Sul, Índia e China), foram responsáveis por aproximadamente 80% das emissões no mundo, em 2008.

Samuel Barreto, também integrante da WWF-Brasil, enfatiza que os próximos anos serão decisivos quanto ao combate ao aquecimento global. Ele relata que hoje o planeta encontra-se com um uso de recursos naturais cerca de 30% acima do que pode repor. "A crise climática é mais séria e potencialmente mais perigosa do que a atual crise financeira e econômica", enfatiza Karen.

Como a sociedade em geral começa a entender e a cobrar com mais vigor, a preocupação do WWF com a área potencial para a expansão da agricultura está diretamente relacionada ao desmatamento, às emissões de gases de efeitos estufa e às mudanças climáticas que já deixam suas marcas em várias regiões do planeta.

Para a cana, matéria-prima do etanol, biocombustível mais difundido do país, as previsões do WWF apontam para um crescimento de área de 8,2 milhões de hectares, em 2009, para 10,4 milhões em 2020, principalmente no mesmo Centro-Sul que já abriga a maior parte dos canaviais do país. No caso da soja, matéria-prima que prevalece na produção de biodiesel, o aumento projetado é de 25,2 milhões de hectares para 39,1 milhões no mesmo horizonte. Nos dois casos, são cenários equilibrados, não extremos.

Com informações de Fernando Lopes, do jornal Valor Econômico e Jornal do Comércio/RS, adaptadas pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

Rodrigo Pantaleão Moreira

Jales - São Paulo - Revenda de produtos agropecuários
postado em 16/07/2009

Àreas com possibilidade de exploração agricola... Hoje devemos lidar com a pastagem exatamente como lidamos com lavoura. Produzimos no PASTO também comida, mesmo que destinado a produção animal. Temos que corrigir a acidez, adubar para produzir, controlar ervas daninhas e insetos. Isto se chama eficiência de produção. Os custos aumentam, diriam alguns produtores, mas a margem de lucros por área muito mais. Agora, quem tem terra e não quer cuidar, não deveria ter terra. Aplicasse seu dinheiro no mercado financeiro...

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