O teste avaliou, entre 29 de julho e 4 de novembro, um total de 36 cordeiros, de quatro a seis meses de idade, de 13 diferentes criatórios. Os animais foram confinados na fazenda Ilha Grande, onde todos receberam o mesmo manejo e cuidados veterinários e foram submetidos a avaliações que levaram em conta critérios como o ganho de peso no período, espessura de gordura, perímetro escrotal, entre outros, para identificar aqueles com maior potencial para reprodução. Ao total, seis animais foram classificados como de "elite" - categoria de melhor desempenho - e outros dez tiveram desempenho considerado "superior".
"Neste terceiro teste, tivemos seis animais com desempenho de elite, cada um deles pertencente a uma propriedade rural diferente. É indício de que em cada rebanho poderemos encontrar animais que contribuam para as ações de melhoramento e variabilidade genética previstas no projeto", ressaltou o médico veterinário Olivardo Facó, pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos que lidera o projeto. Onze animais de melhor classificação no teste serão levados para a Embrapa, para efetuar coleta de sêmen, a ser armazenado no banco de sêmen do projeto.
Na avaliação dos produtores, as ações do projeto têm estimulado a atividade e resgatado o uso da raça Morada Nova, que chegou a correr risco de desaparecimento. O projeto Núcleo de Conservação e Melhoramento Genético da Raça Morada Nova trabalha com 11 rebanhos de três municípios cearenses (Morada Nova, Limoeiro do Norte e Jaguaretama), reunindo um total de 437 matrizes e 45 reprodutores da raça Morada Nova. O objetivo é caracterizar geneticamente a raça, de maneira a valorizar os animais por meio da divulgação das suas características, da manutenção da variabilidade genética e do melhoramento genético, contribuindo para o desenvolvimento da ovinocultura de corte nordestina.
Segundo Olivardo Facó, a realização dos testes de desempenho, além de dar subsídios para que os produtores comparem os méritos genéticos de seus animais, é importante por estimular o associativismo e a participação dos pecuaristas. "Eventos dessa natureza servem também como fórum de discussão, onde os criadores discutem seus problemas, promove-se a integração e se fomenta o aspecto do cooperativismo. Só com a cooperação dos produtores, este projeto pode ser bem sucedido. Uma raça não se conserva se não pela sua utilização. Qualquer projeto de pesquisa com este objetivo será limitado, se os animais não estiverem nos sistemas de produção", acrescentou o pesquisador.
As informações são da Embrapa Caprinos e Ovinos, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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