O 3º Teste de Desempenho de Ovinos da Raça Morada Nova faz parte do projeto "Núcleo de Conservação e Melhoramento Genético da Raça Morada Nova", que é executado pela Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE).
O projeto tem o objetivo de caracterizar geneticamente a raça Morada Nova, de maneira a valorizar os animais por meio da divulgação das suas características consideradas virtuosas em relação a outras espécies, da manutenção da variabilidade genética e do melhoramento genético, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da ovinocultura de corte nordestina. A iniciativa faz parte, ainda, da Rede Morada Nova, conjunto de instituições responsáveis pelo estudo e atuação na preservação dos ovinos da raça.
Utilizado como um método de identificação de jovens reprodutores da raça Morada Nova, o teste de desempenho, que se encerra no próximo dia 4 e que terá os resultados divulgados na solenidade no dia 5, tem a participação de 36 cordeiros de 13 diferentes criatórios. De acordo com o médico veterinário Olivardo Facó, pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos e coordenador do projeto, os testes de desempenho, aliados às informações de marcadores moleculares de DNA, permitem a identificação de reprodutores tanto para o melhoramento genético quanto para garantir a manutenção da variabilidade genética.
Segundo Facó, alguns resultados importantes já foram obtidos com os dois primeiros testes de desempenho da raça, realizados em 2008. "Do ponto de vista técnico, os animais responderam bem, com ganhos de peso de 160 a 170 gramas por dia e com peso final médio e acabamento compatíveis com o desejado para a comercialização da carne e industrialização das carcaças", ressaltou ele.
O pesquisador destacou que os testes, aliados a outras ações dos projetos da Rede Morada Nova, também foram importantes para estimular o associativismo e o contato entre os produtores da região.
A raça Morada Nova
A raça de ovinos Morada Nova é uma das principais raças nativas de ovinos deslanados do Nordeste do Brasil e possui boa adaptação às condições ambientais do semi-árido nordestino, além de bom aproveitamento de produtos como carne e pele. Porém, os rebanhos têm se reduzido, o que coloca a raça em risco de extinção.
Para Facó, "o porte pequeno representa um menor custo de manutenção das matrizes para o produtor". "Além disso, é uma raça muito fértil, prolífica, com boa qualidade da pele e muito bem adaptada às condições ambientais do semiárido nordestino", reforçou Facó.
Rede Morada Nova
A Rede Morada Nova atua desde 2008 e é responsável por promover ações de pesquisa para melhor caracterizar a raça Morada Nova e seus produtos e criar bases para um amplo programa de conservação e melhoramento genético, minimizando os riscos de desaparecimento.
Estão envolvidas na Rede quatro unidades da Embrapa (Caprinos e Ovinos, Pecuária Sudeste, Gado de Corte e Recursos Genéticos e Biotecnologia), a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos da Raça Morada Nova, Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Sebrae/CE, Banco do Nordeste do Brasil, Instituto Nacional do Semi-Árido, Prefeitura de Morada Nova e as universidades de Brasília, Estadual do Ceará, Estadual do Sudoeste da Bahia, Estadual Vale do Acaraú, Federal do Ceará, Federal da Paraíba, Federal do Piauí, Federal Rural de Pernambuco e Federal Rural do Semi-Árido.
As informações são de Adilson Nóbrega, da Embrapa Caprinos e Ovinos, resumidas a adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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