Os produtos lácteos têm um importante papel para melhorar os níveis nutricionais entre as pessoas mais pobres do mundo, disse a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O consumo de lácteos aumentará em 25% até 2025 no mundo em desenvolvimento, mas os altos custos indicam que aqueles com maiores necessidades nutricionais podem não ter acesso a estes produtos.
“Como parte de uma dieta balanceada, o leite e os derivados lácteos podem ser fontes importantes de energia da dieta, proteína e gordura”, disse a diretora sênior de nutrição e coeditora do livro Milk and Dairy Products in Human Nutrition, Ellen Muehlhoff. “Eles são também ricos em micronutrientes críticos para combater a desnutrição em países em desenvolvimento, onde as dietas das pessoas pobres são frequentemente baseadas em amido ou cereais e têm falta de diversidade”.
O livro pede aos governos para fazer mais subsídios aos produtos lácteos e torná-los disponíveis aos pobres, bem como torná-los mais fáceis de produzir localmente, à medida que seus custos continuam proibitivos.
“A produção de leite de pequena escala é especialmente benéfica para famílias pobres à medida que fornece alimentos e nutrientes e também um rendimento regular”, disse o diretor da indústria pecuária da FAO, Anthony Bennet, que também é coeditor do livro. “Enquanto a agricultura gera pagamentos uma vez ou talvez duas por ano, a produção leiteira é produzida e vendida diariamente, de forma que os pequenos produtores têm dinheiro na mão para as necessidades imediatas de suas famílias, como alimentos, bens familiares, roupas e escola – e isso muda vidas”.
O livro cita outras fontes de leite além da vaca, como búfala, cabra, ovelha, renas, alces, lhama, alpaca, burro, iaque e camelo. “Existe um amplo espaço para o desenvolvimento de outras espécies leiteiras, particularmente cabras, que são mais fáceis de manter do que vacas e aumentam significativamente a acessibilidade à produção leiteira para famílias rurais pobres”, disse Bennett.
O livro sugere que lhamas e alpacas poderiam produzir mais leite na América Latina, que o leite de burra pode ser bom para 2-6% da população alérgica ao leite de vaca, e que o leite de renas e alces é cremoso e rico em gordura e proteína, e com baixo teor de lactose.
O livro sugere que o leite e os derivados lácteos podem ter um papel na prevenção de doenças não comunicáveis relacionadas à dieta, como diabetes tipo 2 e alguns cânceres.
A redução dos efeitos ambientais do setor de lácteos que contribuiu para cerca de 4% das emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem, junto com o aumento da pressão sobre terras e água, são outras questões abordadas no livro. “Produzir, processar e distribuir leite e produtos lácteos, como outros alimentos, afetam o planeta e são necessários esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa gerados pelo setor”, disse Bennett.
O livro pode ser acessado aqui: http://www.fao.org/docrep/018/i3396e/i3396e.pdf. A reportagem é do http://www.nutraingredients.com, traduzida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
darlani porcaro
Muriaé - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 03/12/2013
Precisamos urgente de políticas voltadas para o setor leiteiro, onde o produtor é ajudado a melhorar sua produção , e principalmente , o seu custo não ser maior que sua despeza