A busca pela qualidade alimentar está se tornando uma das principais preocupações dos consumidores conscientes. Estes, estão gerando tendências em privilegiar em primeiro lugar, aspectos relacionados à saúde e suas ligações com os alimentos, em segundo, privilegiam a ausência de agrotóxicos e por último, o sabor e a qualidade do alimento. Esses critérios levam os consumidores à procura por alimentos saudáveis, que hoje em dia, são classificados como alimentos funcionais.
Alimentos funcionais são alimentos que desempenham um papel nutricional e exercem efeitos benéficos no organismo. O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica, necessariamente, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Na Tabela 1, pode-se vê os componentes bioativos encontrados em produtos oriundos de ruminantes.
Tabela 1 - Componente bioativos encontrados em produtos oriundos de ruminantes.
Os ácidos poliinsaturados (PUFA) são ácidos gordos essenciais que os humanos não conseguem sintetizá-los, e que os mesmos precisam ser adquiridos a partir de uma alimentação saudável. E estes são constituídos por duas famílias: a família ômega-6 e a família ômega-3.
É importante ressaltar que uma proporção inadequada de ômega-6, pode propiciar o surgimento de cânceres, doenças cardíacas, aumento da pressão arterial, artrite, etc.. Enquanto que os ômegas-3 são antiflamatórios, anti-trombóticos, antiarritimíticos, apresentam propriedades vasodilatadoras, etc.
De acordo com vários estudos, as doenças degenerativas como diabete, artrite e o câncer, estão relacionadas em partes à desproporção atual da concentração dos ácidos ômega-6 e ômega-3 que constituem nossa alimentação, ou seja, uma grande concentração de ômega-6 e uma escassez de ômega-3.
O interesse em aumentar a concentração dos ácidos graxos ômega-3 em relação aos ácidos graxos ômega-6 é crescente, assim como também, as propriedades do ácido linolêico conjugado (CLA), que trata-se de um composto natural, existente em diferentes formas, presente em diversos alimentos de origem animal, carne e leite (Tabela 2), que apresenta propriedades anti-carcinogênicas (previne o câncer), aterogênicas (previne a ateroscleose), anti-diabéticas (prevenindo a diabete). Além de está, relacionado com à prevenção do câncer e da obesidade o (CLA), fortalece o sistema imunológico devido seus atributos funcionais.
Tabela 2 - Concentração de CLA em alimentos oriundos de pequenos ruminantes.
As carnes caprina e ovina vêm se sobressaindo ao longo dos tempos como uma das grandes opções dentre as carnes vermelhas, seja por seu valor nutricional, seja por suas qualidades organolépticas. As vantagens comparativas, em termos nutricionais, da carne de pequenos ruminantes relativamente às demais carnes consumidas no mercado, estão relacionadas aos baixos teores de calorias e colesterol, a alta digestibilidade, além de elevados níveis de proteína e ferro.
O leite caprino já tem seu valor nutricional conhecido e sua importância na alimentação humana, principalmente de crianças e idosos e pode ser considerado uma excelente alternativa alimentar, tendo como principais atrativos, constituintes funcionais de alto valor biológico, que contribuem para preservação da saúde humana minimizando assim, o surgimento de doenças.
Diante do exposto acima, percebe-se que a saúde humana está realmente relacionada ao consumo de alimentos de forma geral, e que este de uma maneira ou de outra podem prevenir o surgimento de determinadas doenças e que a busca por um tipo de alimento que forneça "algo a mais, além dos componentes já conhecidos, ganha grande dimensão no mundo atual. Isso porque, o mercado consumidor diferenciado vem se preocupando cada vez mais com a saúde e com a qualidade dos alimentos que estão em plena expansão.
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