A verminose é um dos principais problemas sanitários desses animais no Brasil e no mundo, principalmente, pela dificuldade no controle, em função da rapidez com que os nematóides desenvolvem resistência aos anti-helmínticos.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento tem alertado para o problema e apresenta aos produtores tecnologias já disponíveis pelo IZ. “A difusão da tecnologia do IZ abre um leque de alternativas em relação ao uso mínimo de anti-helmínticos para o controle da verminose em pequenos ruminantes”, ressalta o Secretário Arnaldo Jardim.
“O governado Geraldo Alckmin incentiva o uso dessas alternativas que contribuirão com toda cadeia produtiva dos pequenos ruminantes, inclusive os consumidores, que se beneficiarão de produtos sem resíduos químicos”, enfatiza Jardim.
Com a alta incidência de verminose nos criatórios de ovinos e a ineficácia da maioria dos vermífugos, ocorre um descontrole da verminose que contribui intensamente para que os animais sofram com os vermes, em especial Haemonchus contortus, parasita localizado no estômago químico dos ovinos (abomaso), e que se alimenta de sangue, causando anemia. Um sintoma típico da anemia provocada por vermes é conhecido vulgarmente por “papeira” ou edema submandibular (foto).
“A infecção pelo Haemonchus contortus e outros vermes pode ocasionar grandes prejuízos no rebanho, como menor desempenho, susceptibilidade a outras doenças infecciosas e parasitárias, sobrevindo, com frequência, a morte de animais susceptíveis, de todas as faixas etárias, mas, principalmente de animais jovens, que ainda não desenvolveram bem a sua imunidade”, explica a pesquisadora do IZ e coordenadora do curso, Cecília José Veríssimo.
Laboratório - O Instituto de Zootecnia disponibiliza o serviço de exame de fezes em ovinos, caprinos e equídeos por meio do Laboratório de Parasitologia. Informações sobre o preço e a realização dos exames podem ser obtidas diretamente com a pesquisadora Cecília José Veríssimo no e-mail cjverissimo@iz.sp.gov.br.
Curso - O evento abordará o fenômeno da resistência dos vermes aos vermífugos, mostrando como se efetuar na prática o método Famacha® de avaliação da mucosa ocular e como coletar as fezes para exame, já que é através do exame de fezes que se conhece a eficácia do vermífugo que está em uso na propriedade.
A coordenadora diz que a prioridade é apresentar estudos sobre alternativas para o controle da verminose. “Abordaremos a importância da alimentação e, sobretudo, da proteína da dieta no controle da verminose”, enfatiza Cecília.
Também haverá palestra sobre uso da vacina no controle da verminose, e será apresentado resultado sobre a possibilidade de se selecionar animais resistentes à verminose.
César Cristiano Bassetto doutor em Biologia de Parasitas e Microorganismos explica que a vacina utilizada é aplicada via cutânea para combater o Haemonchus contortus. “Com o uso da vacina há a redução de 80% na eliminação de ovos do verme e diminuição da carga parasitária”, destaca Bassetto.
A vacina, de acordo com Bassetto, não deixa resíduos na carne, podendo ir para abate sem tempo limite. A mesma vacina também foi testada em bovinos, e Bassetto afirma que obteve ótimos resultados com redução da carga parasitária de Haemonchus placei e Haemonchus similis.
O curso conta ainda com aula prática com ovinos. Os participantes aprendem a colher fezes para exame, efetuar o método de avaliação da mucosa ocular – Método Famacha® e avaliar a condição corporal dos animais, “fatores importantes na hora de decidir quem recebe ou não o vermífugo”, comenta Cecília.
O encontro destinado a produtores, técnicos, pesquisadores, professores, alunos de graduação e pós-graduação visa atualizar conhecimentos sobre o controle da verminose em ovinos.
Informações sobre a programação e inscrição do curso podem ser acessadas em www.iz.sp.gov.br, pelo (19) 3466-9413 e e-mail eventos@iz.sp.gov.br
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