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Conteúdo do Fórum - vantagens da Integração Lavoura Pecuária

postado em 28/08/2006

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Veja algumas perguntas do fórum de debates do curso Intensificando o uso de pastagens - da formação ao manejo que está em andamento.

Em menos de uma semana de curso, já são mais de 16 interações entre os participantes e o instrutor. A 1ª conferência online está agendada para o dia 05/09, às 18:30 horas.

Gostaria de informações práticas sobre os Sistemas Barreirão e Santa Fé (Integração Lavoura Pecuária), que me possibilitassem aplicá-los em minha propriedade.

Olá, boa tarde. Para uma resposta específica à sua pergunta, seriam necessárias mais informações. Mas, para não perder esta oportunidade, adianto algumas informações que são pré-requisitos para a introdução destas tecnologias.

Primeiro uma classificação das vantagens de introduzir a ILP (Integração Lavoura Pecuária):

- diversificação de atividades (maior segurança);
- melhor equilíbrio de fluxo de caixa (melhor gestão);
- redução do custo de reforma de pastagens (menor custo);
- formação de palhada de qualidade para plantio direto (menor custo);
- quebra do ciclo de pragas da lavoura (menor risco);
- redução de plantas invasoras (menor custo).

Existem, na prática, 4 formas de integração lavoura e pecuária quem podem ser adotadas por pecuarista ou mesmo agricultores:

a) produção de grãos no período das águas e pastejo na seca. Esta opção caracteriza-se pela liberação de área de produção de grãos na seca para o pastejo de gramíneas por parte dos bovinos. Por exemplo uma área pequena de pastagem no período chuvoso, que teria a diminuição da lotação pela alocação de animais nas áreas recém liberadas pela agricultura no período seco.

b) uso do solo com rotação entre produção de grãos e pastagens. Este sistema é chamado por alguns de a verdadeira integração lavoura e pecuária. Pode ser adotado por ambos os tipos de produtores, porém o que ocorre na prática é que este sistema é mais usual entre os agricultores. O mais famoso modelo que representa este sistema é o denominado de Santa Fé. Nesta opção há possibilidades de se utilizar uma lotação acima da média por 2 ou 3 anos somente com o residual da fertilização da agricultura, ou seja, pode se até deixar de usar adubo nitrogenado.

c) reforma de pasto com agricultura, que já é um velho conhecido dos pecuaristas, o chamado Sistema Barreirão. É, também, o mais utilizado por este tipo de produtor rural, pois o cultivo de grãos pode ser esporádico, definido de acordo com a necessidade de reformas de pasto. Também é muito comum quando do uso de parcerias entre agricultores (arrendatário) e pecuaristas (arrendador).

d) produção de grãos ou volumosos para alimentação animal. Ao cultivar milho, cana ou mesmo capim para ensilagem, o pecuarista está fazendo a ILP, pois está fazendo agricultura, porém com o fim de fornecer o produto final diretamente para animais próprios. O curioso é que poucos pecuaristas, adeptos deste tipo de sistema, se dão conta de que já utilizam o ILP em suas propriedades, em especial quando da produção de volumosos suplementares. Este sistema é o mais utilizado pela pecuária intensiva.

Como podemos observar nos exemplos acima, existem várias formas para o pecuarista introduzir o sistema de produção ILP. Entretanto, existem vários pré-requisitos que devem ser estudados antes do produtor de gado de corte ou de leite se aventurar por uma delas. Estes podem ser resumidos da seguinte forma:

- facilidade na aquisição de insumos a preços competitivos (fertilizantes, defensivos, ingredientes de rações, etc.);
- disponibilidade regional de assistência técnica (veterinária, agronômica, mecânica, etc.);
- disponibilidade regional de estrutura de armazenamento de grãos;
- infraestrutura regional de transporte;
- existência de consumidores diretos para os produtos agrícolas produzidos;
- condições edafoclimáticas;
- maquinário adequado;
- mão de obra treinada.

Entretanto, é o perfil pessoal do produtor que influi em primeiro lugar, pois caso o mesmo não esteja ciente de que agora estará enfrentando desafios muito diferentes da pecuária, o projeto da introdução da ILP estará fadado ao insucesso.
Portanto, a ILP não é um sistema de produção para incautos acostumados à pecuária extensiva. É uma opção para produtores tecnificados, mais arrojados, que possuem gestão profissional, visão empresarial e obstinados a fazer da pecuária, seja de corte ou de leite, uma atividade sustentável e competitiva.

Saudações,

Rodrigo Paniago

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Qual seria a necessidade da primeira gradagem aradora, quando se planeja fazer uma aração do terreno?

Olá. Muito importante sua pergunta. Vamos à resposta:

Primeira gradagem tem como função cortar touceiras e raízes, entre outros obstáculos que por ventura existam na área que se pretende implantar a nova pastagem, a fim de aumentar o seu rendimento operacional do arado.

Muitas vezes, quando se pretende iniciar o preparo direto com o arado não se consegue a profundidade máxima que este equipamento tem como potencial, devido a resistência a penetração do arado.

Portanto, esta gradeação serve para cortar a camada superficial (7 a 15 cm) do solo. Com o corte desta camada os torrões formados pelo arado se tornam menores e mais fáceis de serem destruídos pela operação seguinte.

A antecipação da gradeação é muito importante, pois caso esta seja realizada muito próxima à semeadura ou após o período chuvoso, pode causar decréscimos na produção, sendo maior tanto quanto for a massa orgânica original da área e fermentação dos resíduos incorporados no solo pela gradeação.

Outra vantagem é a distribuição do calcário, através de incorporação, no perfil superficial (7 a 15cm). Desta forma, quando houver a inversão da leiva do solo pelo arado, esta camada será depositada no fundo da área trabalhada, o que permitiria uma melhor distribuição do calcário na camada inferior do solo.

É importante lembrar que o calcário não percola no solo de maneira eficiente. Então esta deposição na camada mais profunda é de extrema importância para aumentar a área de ação das raízes, já que houve retirada do alumínio, que é tóxico para as raízes das plantas, por reações químicas do solo com o calcário.

Saudações,

Rodrigo Paniago

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