Em menos de uma semana de curso, já são mais de 16 interações entre os participantes e o instrutor. A 1ª conferência online está agendada para o dia 05/09, às 18:30 horas.
Gostaria de informações práticas sobre os Sistemas Barreirão e Santa Fé (Integração Lavoura Pecuária), que me possibilitassem aplicá-los em minha propriedade.
Olá, boa tarde. Para uma resposta específica à sua pergunta, seriam necessárias mais informações. Mas, para não perder esta oportunidade, adianto algumas informações que são pré-requisitos para a introdução destas tecnologias. Primeiro uma classificação das vantagens de introduzir a ILP (Integração Lavoura Pecuária): - diversificação de atividades (maior segurança); - melhor equilíbrio de fluxo de caixa (melhor gestão); - redução do custo de reforma de pastagens (menor custo); - formação de palhada de qualidade para plantio direto (menor custo); - quebra do ciclo de pragas da lavoura (menor risco); - redução de plantas invasoras (menor custo). Existem, na prática, 4 formas de integração lavoura e pecuária quem podem ser adotadas por pecuarista ou mesmo agricultores: a) produção de grãos no período das águas e pastejo na seca. Esta opção caracteriza-se pela liberação de área de produção de grãos na seca para o pastejo de gramíneas por parte dos bovinos. Por exemplo uma área pequena de pastagem no período chuvoso, que teria a diminuição da lotação pela alocação de animais nas áreas recém liberadas pela agricultura no período seco. b) uso do solo com rotação entre produção de grãos e pastagens. Este sistema é chamado por alguns de a verdadeira integração lavoura e pecuária. Pode ser adotado por ambos os tipos de produtores, porém o que ocorre na prática é que este sistema é mais usual entre os agricultores. O mais famoso modelo que representa este sistema é o denominado de Santa Fé. Nesta opção há possibilidades de se utilizar uma lotação acima da média por 2 ou 3 anos somente com o residual da fertilização da agricultura, ou seja, pode se até deixar de usar adubo nitrogenado. c) reforma de pasto com agricultura, que já é um velho conhecido dos pecuaristas, o chamado Sistema Barreirão. É, também, o mais utilizado por este tipo de produtor rural, pois o cultivo de grãos pode ser esporádico, definido de acordo com a necessidade de reformas de pasto. Também é muito comum quando do uso de parcerias entre agricultores (arrendatário) e pecuaristas (arrendador). d) produção de grãos ou volumosos para alimentação animal. Ao cultivar milho, cana ou mesmo capim para ensilagem, o pecuarista está fazendo a ILP, pois está fazendo agricultura, porém com o fim de fornecer o produto final diretamente para animais próprios. O curioso é que poucos pecuaristas, adeptos deste tipo de sistema, se dão conta de que já utilizam o ILP em suas propriedades, em especial quando da produção de volumosos suplementares. Este sistema é o mais utilizado pela pecuária intensiva. Como podemos observar nos exemplos acima, existem várias formas para o pecuarista introduzir o sistema de produção ILP. Entretanto, existem vários pré-requisitos que devem ser estudados antes do produtor de gado de corte ou de leite se aventurar por uma delas. Estes podem ser resumidos da seguinte forma: - facilidade na aquisição de insumos a preços competitivos (fertilizantes, defensivos, ingredientes de rações, etc.); - disponibilidade regional de assistência técnica (veterinária, agronômica, mecânica, etc.); - disponibilidade regional de estrutura de armazenamento de grãos; - infraestrutura regional de transporte; - existência de consumidores diretos para os produtos agrícolas produzidos; - condições edafoclimáticas; - maquinário adequado; - mão de obra treinada. Entretanto, é o perfil pessoal do produtor que influi em primeiro lugar, pois caso o mesmo não esteja ciente de que agora estará enfrentando desafios muito diferentes da pecuária, o projeto da introdução da ILP estará fadado ao insucesso. Portanto, a ILP não é um sistema de produção para incautos acostumados à pecuária extensiva. É uma opção para produtores tecnificados, mais arrojados, que possuem gestão profissional, visão empresarial e obstinados a fazer da pecuária, seja de corte ou de leite, uma atividade sustentável e competitiva. Saudações, Rodrigo Paniago |
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Qual seria a necessidade da primeira gradagem aradora, quando se planeja fazer uma aração do terreno?
Olá. Muito importante sua pergunta. Vamos à resposta: Primeira gradagem tem como função cortar touceiras e raízes, entre outros obstáculos que por ventura existam na área que se pretende implantar a nova pastagem, a fim de aumentar o seu rendimento operacional do arado. Muitas vezes, quando se pretende iniciar o preparo direto com o arado não se consegue a profundidade máxima que este equipamento tem como potencial, devido a resistência a penetração do arado. Portanto, esta gradeação serve para cortar a camada superficial (7 a 15 cm) do solo. Com o corte desta camada os torrões formados pelo arado se tornam menores e mais fáceis de serem destruídos pela operação seguinte. A antecipação da gradeação é muito importante, pois caso esta seja realizada muito próxima à semeadura ou após o período chuvoso, pode causar decréscimos na produção, sendo maior tanto quanto for a massa orgânica original da área e fermentação dos resíduos incorporados no solo pela gradeação. Outra vantagem é a distribuição do calcário, através de incorporação, no perfil superficial (7 a 15cm). Desta forma, quando houver a inversão da leiva do solo pelo arado, esta camada será depositada no fundo da área trabalhada, o que permitiria uma melhor distribuição do calcário na camada inferior do solo. É importante lembrar que o calcário não percola no solo de maneira eficiente. Então esta deposição na camada mais profunda é de extrema importância para aumentar a área de ação das raízes, já que houve retirada do alumínio, que é tóxico para as raízes das plantas, por reações químicas do solo com o calcário. Saudações, Rodrigo Paniago |
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