De acordo com o Secretário, a ação serviria para fazer com que os produtores não mandassem para o abate as matrizes, na perspectiva de fomentar a ampliação do rebanho gaúcho. Embora os números não sejam conhecidos, houve, de acordo com relato de representantes da indústria, especialmente nos últimos anos, em função da valorização da carne ovina, abate expressivo de fêmeas.
"Queremos oferecer condições para que o ovinocultor não precise recorrer a esse expediente e isso se dará por meio de uma linha de financiamento que pretendemos implantar junto ao sistema bancário estadual", explicou Mainardi. Paralelamente, seria criado um fundo, que atuaria como equalizador dos juros e garantidor solidário dos pagamentos.
A proposta foi bem recebida pelos presentes. O presidente da Arco, Paulo Schawb, disse que a medida é importante para o incremento da produção de ovelhas no Estado. Mainardi também pregou medidas duras de fiscalização e de combate ao abigeato.
"O Estado abateu, no ano passado, cerca de um milhão de cabeças, mas apenas 277 mil nos frigoríficos. O restante foi em abate clandestino. E isso tem que ser reduzido drasticamente", comentou o Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio. Ele ainda ressaltou a contratualização como forma de dar segurança para investimentos de médio e longo prazo. "A indústria deve firmar com os produtores contratos justos, estabelecendo preços e volumes de produção", esclareceu.
O presidente da Associação Bageense de Criadores de Ovinos (Abaco), Geraldo Brossard de Melo, disse que os ovinocultores atualmente não têm segurança. "A nossa cadeia produtiva está desorganizada, há um descompasso entre a pesquisa e a extensão", esclareceu, aproveitando para acrescentar que o setor tem um caminho longo e árduo pela frente. "No entanto, as dificuldades, segundo Melo, não desanimam porque há uma grande confiança no potencial da ovinocultura".
Schawb disse que as propostas de Mainardi dão um novo ânimo à criação ovina. "Saímos entusiasmados porque fomos convencidos de que, a partir de agora, teremos o apoio do Governo do Estado e que temos um grande parceiro na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio", concluiu o presidente da Arco. Mainardi informou que a Seapa está iniciando um debate para a construção do programa e que esta tarefa terá que envolver e comprometer todos os atores da cadeia produtiva.
A reportagem é do Governo do Rio Grande do Sul, adaptada pela Equipe FarmPoint.
Adicarlo Jorge Borghetti
Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de corte
postado em 17/01/2011
Só espero que seja divulgado para TODOS os produtores o que está sendo feito (e o que pretende-se fazer) pois um dos maiores problemas que vejo em ovinocultura é isto... MUITO se dá para poucos e POUCO tem-se que dividir por muitos. Normalmente fica-se sabendo de benefícios ofertados muito após os prazos para que possamos pleitear alguma coisa