1.Gostaria de saber quais são as diferenças práticas do uso de NNPs nas seguintes apresentações: Uréia 46%, uréia encapsulada e amiréia nas suas diversas concentrações (30, 50, 100, 150 e 180%). Sugestão: Como mais uma fonte de estudo para os colegas recomento o artigo intitulado "Formas de utilização do NNP na alimentação dos ruminantes" |
"A uréia encapsulada é uma forma de fornecimento de nitrogênio não proteico ao ruminante, o qual tem por característica sua liberação mais lenta. Já a amiréia é a união de um cereal junto com a uréia em condições apropriadas de calor, pressão e umidade. Com esse processamento ocorre também gelatinização do amido.
Dessa forma, na literatura encontra-se que a utilização da amiréia aumenta a degradação ruminal, sincronizando a taxa de liberação de amônia pela uréia no rúmen. Embora essas duas fontes de NNP tenham vantagens, alguns resultados de pesquisas são controversos com sua utilização quando comparados com o uso de uréia. Mais estudos devem ser realizados para poder ter uma definição quanto o uso.
O importante é formular uma ração de acordo com as exigências do animal e utilizar ingredientes que apresentem preços que viabilizem seu uso na ração. Em rações para animais em terminação, a uréia tem sido bem empregada com resultados satisfatórios."
2. Minha criação de ovinos de corte fica em Luziânia, GO e estou utilizando como raça paterna o Dorper (Black e White) em ovelhas Santa Inês SRD. Fico com as fêmeas 1/2 sangue para formação de novas matrizes e suas crias 3/4 (machos e fêmeas) são destinadas para abate. Disponho com mais facilidade dos seguintes alimentos: silagem de milho, milho, sorgo, farelo de trigo, casca de soja e cevada (resíduo da industria cervejeira). É possível balancear uma ração com esses alimentos para borregos que utilizarão creep-feeder (até 60 dias de vida) e posterior terminação em confinamento (100 à 120 dias de vida até o abate), onde cosiga 20% PB e 70% de NDT? Vou precisar de mais uma fonte de proteína verdadeira (farelo de soja) ou posso utilizar uréia para essas categorias animais? A adição de melaço e monensina sódica no concentrado são recomendados em qual proporção? |
"Em relação aos ingredientes mencionados, será necessário o uso de uma fonte proteica, que no caso de animais em aleitamento, o farelo de soja é o mais indicado.
A uréia é fonte de amônia para bactérias ruminais, e dessa forma, como o animal não apresenta o rúmen em sua total atividade, ela não é recomendada.
O uso do melaço para rações de creep-feeding é interessante, uma vez que este aumenta a palatabilidade da ração, fazendo com que o animal aumente o consumo da ração, permitindo maior desenvolvimento ruminal, desenvolvimento esse que será fundamental para um maior desempenho.
No módulo 5 do curso, abordaremos a parte de formulação de rações, bem como, apresentaremos as exigências das diversas categorias."
2a.Deixa eu ver se entendi bem. Não devo oferecer uréia para os animais que ainda estão mamando e fazendo uso de creep (até 60 a 70 dias de vida), mas em que momento do confinamento a úreia deve fazer parte da ração |
"Até a desmama os cordeiros não devem receber uréia na alimentação. Uma vez que ainda não são ruminantes funcionais, não têm capacidade de "aproveitar" a uréia para fins nutricionais, a qual passa a ser extremamente tóxica.
O uso da uréia deve ser feito a partir da segunda semana pós-desmama, quando os cordeiros estão saindo do estresse da desmama e iniciando a terminação.
Aviso muito importante: o uso da uréia deve ser feito com muito cuidado e sua introdução na alimentação dos animais deve ser feita de forma gradual para que ocorra adaptação. Caso contrário os efeitos são intoxicação e MORTE dos animais."
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Estas são algumas perguntas do fórum de debates do curso online Princípios da nutrição em ovinos e caprinos de corte, respondidas pelo instrutor do curso, Rafael Camargo do Amaral, que é zootecnista, mestre em Ciência Animal e Pastagens e atualmente doutorando em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ-USP.
Aprenda detalhadamente neste curso quais são os tipos de alimentos utilizados na nutrição de ovinos e caprinos, a utilização de pastagens e volumosos suplementares, o correto manejo nutricional de matrizes e reprodutores, e ainda as estratégias de alimentação para animais jovens.
Além disso, serão destacados os ingredientes que reduzem os custos com alimentação, sem que afetem o desempenho e a eficiência produtiva do sistema.
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