Esse conteúdo é inédito e a tendência é coletarmos dados de estados que ainda não estão na nossa pesquisa. Para a elaboração desse projeto, realizamos um levantamento e entramos em contato com frigoríficos e produtores de carne de várias praças (associações, cooperativas e produtores que possuem uma marca de comercialização de carne) e órgãos estaduais que realizam cotações regionais de carne de cordeiro.
Tabela 1 – Média do preço do kg/carcaça e da arroba do cordeiro cotada em 14 estados do Brasil.
*Fonte: Formulário de Cotação do FarmPoint, Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), Emater/RS, Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário (Seagro), Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa), Informativo Semanal do Preço do Cordeiro - UNICETEX/FZEA/USP, frigoríficos dos estados participantes, cooperativas, associações e produtores formais de ovinos. PS: cotação realizada entre os dias 01/10 a 15/10.
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Um informante de Santa Catarina comentou que a carne de cordeiro está muito valorizada no estado e que a padronização dos cortes e a qualidade são diferenciais que o mercado vem buscando. No Piauí a situação é parecida, pois um produtor citou que a produção não está suprindo o mercado local. “Não tenho dificuldade de vender, pelo contrário, não damos conta de abastecer o mercado local”. Um informante de uma indústria de Goiás também corroborou com essas informações: “O mercado aqui está muito bom. Temos buscado animais de fora, pois falta matéria-prima no estado. Estamos abatendo aproximadamente 600 cabeças/mês”.
Um produtor de Buritis/MG informou que o preço do quilo da carcaça atualmente encontra-se entre R$ 9,00 e R$ 11,00. Ele frisou que atualmente na região não existem frigoríficos e que para suprir essa carência, envia os animais para serem abatidos no Distrito Federal.
Um dos informantes do Estado da Bahia citou a seca como um dos problemas que atualmente agrava a oferta de carne de cordeiro. “O mercado regional está muito aquecido por falta de oferta, ainda consequência da grande seca que afetou e continua afetando algumas regiões nordestinas”. Na mesma linha, um produtor do Ceará completou dizendo que “raramente encontra-se carne de cordeiro no mercado devido o efeito duradouro da seca que ainda estão atravessando”.
De acordo com um produtor potiguar é muito ruim o tratamento dado pelo governo e bancos oficiais à ovinocultura. “Não temos nenhuma política de financiamento em longo prazo. A grande maioria dos criadores nordestinos sustenta a atividade com renda obtida de outro setor ou simplesmente por hobby. Enquanto os poderes judiciário, legislativo e executivo viverem em conflitos, nada mudará. Estamos em uma decrescente acentuada”. Outro produtor do mesmo estado e da região de Seridó/RN, completou dizendo que o fenômeno da "indústria da seca" aumenta a cada dia com o desmando do governo. “Enquanto o governo procura enganar os produtores com seu discurso de venda de milho abaixo do preço de mercado para salvar o rebanho no semiárido, o produto evapora entre Mato Grosso e parte do Nordeste, o que vem causando a morte de milhares de matrizes e consequentemente o desaparecimento de cordeiros para abate. Isso vem resultando em um aumento progressivo no preço da carcaça”, finalizou ele.
Segundo a Emater/RS, neste período, de entrada de primavera, as condições nutricionais do rebanho ovino gaúcho estão satisfatórias, os campos naturais estão mais fibrosos, mas começam a melhorar a qualidade em virtude dos rebrotes decorrentes das precipitações e elevação das temperaturas dos últimos dias. As condições sanitárias do rebanho em geral também estão satisfatórias. No entanto, os ovinocultores permanecem realizando as práticas no monitoramento e controle das verminoses, assim como com o piolho e a sarna ovina, que são controladas através de tratamentos sanitários estratégicos. Os ovinocultores permanecem realizando as práticas de manejo no rebanho de entrada de primavera, tais como descola, castração e assinalação nos cordeiros. Em alguns municípios já iniciou o período de esquila de ovinos e, a partir na segunda quinzena deste mês, deve ocorrer uma expansão da atividade. No entanto, se observa em algumas regiões, especialmente na região de Bagé e Fronteira Oeste do Estado, a escassez de esquiladores e uma procura crescente pela esquila realizada à máquina, especialmente pelo método australiano tally-hi, que é mais rápido, eficiente e provoca menos estresse nos animais. Em Uruguaiana, os preços cobrados pelas esquilas realizadas à máquina estão entre R$ 3,90 a R$ 4,20 por ovelha. Quanto à comercialização, há oferta de animais para engorda e inicia a safra de cordeiros para abate. O preço do cordeiro e da lã na maioria das regiões permaneceu estável no período.
Quer ser um informante de mercado? Quer dar alguma sugestão? Envie um email para: contato@farmpoint.com.br e contribua com esse projeto!
Raquel Maria Cury Rodrigues, Equipe FarmPoint
Sérgio Souza Fernandes
Pedras Altas - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de corte
postado em 28/10/2013
No RS o abate de cordeiros está lento, o que desestimula o criatório, ao mesmo tempo em que o preço conforme a tabela publicada pelo FarmPoint é a mais baixa dos estados incluídos na publicação. Nosso rebanho já foi de 14.000.000 de ovinos enquanto hoje não alcança 4.000.000 de cabeças,