O serviço de extensão rural iniciou no Brasil em 1948 no estado de Minas Gerais, executado pela Associação de Crédito e Assistência Rural - ACAR, uma associação civil e sem fins lucrativos, de direito jurídico privado. Em 1956 Santa Catarina criava o serviço de extensão com o nome ETA PROJETO 17, adaptando processos administrativos, filosofia, princípios e metodologias utilizados pela ACAR de Minas Gerais. Como o ETA só tinha vigência por 4 anos,criou-se a Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina (ACARESC) em 1957 para continuar os trabalhos do ETA-PROJETO17. No âmbito nacional foi criada a ABCAR, também nos moldes da ACAR-MG, para coordenar a extensão no Brasil. Em 1974 a ABCAR foi extinta e criada a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER) e teve início uma queda na qualidade dos serviços de extensão em todo o País. Atribui-se, entre outras, como causa principal a interferência político-partidária nos serviços de extensão.
Em 1984, a EMBRATER definia a extensão rural como processo educativo com o objetivo de contribuir para a elevação da produção, da produtividade da renda e da qualidade de vida das famílias rurais, sem dano ao meio ambiente. Iniciava-se uma nova e importante visão do futuro visando a sustentabilidade das atividades agrosilvopastoris no Brasil. No governo Fernando Collor a EMBRATER foi extinta e os recursos federais ficaram reduzidos de tal forma, que vários serviços estaduais de extensão foram extintos. Em Santa Catarina, em 1990, o governador Vilson Kleinubing "fundiu" os serviços de pesquisa com os de extensão visando economia nos gastos, além de outras motivações pouco racionais.
Os resultados foram mais uma queda na qualidade dos serviços prestados, tanto pela pesquisa quanto pela extensão, com aumento de custos e não com a redução de custos pretendida. Hoje, buscam-se novos caminhos para as empresas públicas de ATER, mas que estão sempre sobre o guarda-chuvas dos governos que muitas vezes não priorizam este setor.
Neste ano de 2010, felizmente foi aprovada a PL 5665/09 e transformou-se na Lei nº 12188/10 que institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Pronater). O que assistíamos em muitos Estados é o engessamento de empresas públicas no tocante a ações práticas do serviço de ATER, isto porque os recursos de custeio sofrem uma enorme burocratização e o agricultor acaba sendo sempre prejudicado.
Por outro lado, sabemos que grande parte dos agricultores precisam ser tecnificados e receber um serviço de qualidade de ATER para poderem evoluir e tornar suas empresas rentáveis. Para isso, terão que recorrer às tradicionais empresas públicas ou as cooperativas de serviços credenciadas pelo MDA para executar esse trabalho. Outra forma de contratação de técnico é por meio particular ou via associações, porém em alguns casos é inviável especialmente para o pequeno agricultor.
Um grande exemplo de Cooperativas de Serviços vem de Santa Catarina, através da UNITAGRI (www.unitagri.com.br), sediada na cidade de Camboriú - SC e com atuação em todo o estado desde 1996 podendo atuar também fora dele. Hoje a Unitagri possui um quadro multidisciplinar de profissionais das áreas de: Técnico Agrícola, Administradores, Engenheiros Agrônomos, Médicos Veterinários, Assistente Social, Biólogos e demais profissões que permitem uma gama enorme de atividades. A cooperativa possui ao todo 600 cooperados atuantes. Suas atividades vão desde a Assistência Técnica e Extensão Rural, consultorias, cursos e capacitações, planos de crédito rural, jardinagem e outras atividades correlatas. Recentemente a Unitagri criou dentro de sua estrutura um Instituto de Educação a Distância, o IAGRAM (www.iagram.com.br) que também oferece cursos e treinamentos online e presenciais.
Mas o que quero passar é que com a nova lei de ATER flexibilizou-se o serviço de assistência e extensão, tendo mais profissionais para atuar, tendo uma infinidade de profissões a disposição dos mais variados interesses e tudo isso se bem utilizado, se encarado pelos contratadores como ferramenta de importância para o desenvolvimento social, ambiental e econômico, será capaz de causar profunda evolução no setor agropecuário.
Igor Tobias Paula
Augustinópolis - Tocantins - Produção de leite
postado em 21/10/2010
É verdade. Como médias propiedades não sendo agricultura familiar podem ter acesso a esses serviços.
É possivel.