Para a elaboração deste projeto, realizamos um levantamento e entramos em contato com frigoríficos e produtores de carne de várias praças (associações, cooperativas e produtores que possuem uma marca de comercialização de carne) e órgãos estaduais que realizam cotações regionais de carne de cordeiro.
No início do ano, o FarmPoint também lançou um formulário (clique aqui) para aumentar a rede de informantes, captar as tendências de mercado dos estados brasileiros e levar informações relevantes ao leitores. Este formulário permanecerá em aberto e também será utilizado para as próximas cotações.
Tabela 1 - 7ª Cotação Mensal do Preço do Cordeiro - julho de 2011.
* Fonte: Formulário de Cotação do FarmPoint, Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), Emater/RS, Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário (Seagro), Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa), Informativo Semanal do Preço do Cordeiro - UNICETEX/FZEA/USP, frigoríficos dos estados participantes, cooperativas, associações e produtores de ovinos. PS: cotação realizada entre os dias 18 a 20 de julho de 2011.
Comentários de destaque
Um informante de São Paulo destacou que a demanda está aquecida e a reposição impossível. "Como o abate é 85% clandestino (aliás como em todo o Brasil) infelizmente os cortes e idades de animais estão misturados fazendo com que açougues e estabelecimentos que comercializam a carne exerçam pressão sobre os pequenos e médios produtores, adquirindo carcaças a R$ 12,00 e comercializando por R$ 15,00. Na minha opinião, produtores como eu, que possuem entre 250 matrizes a 450 matrizes não terão cordeiros até novembro 2011".
Segundo uma fonte do Rio Grande do Sul, os abates estão diminuindo em função do preço e da dificuldade de colocar a carne no mercado. "Oferta existe, porém os produtores não estão entregando num preço que feche a conta para a indústria. Carcaça uruguaia entra hoje no Brasil a US$ 5.500 ton ou seja, 8,63/kg. Na carcaça brasileira o produtor está pedindo R$ 10,50, não dá para competir".
Um informante de mercado do Estado do Ceará comentou que a produção de ovinos está diminuindo muito visto que os índices de roubo e furto estão alarmantes. "Os dados oficiais não são confiáveis devido o não registro do boletim de ocorrência pelos produtores".
De acordo com um produtor de Santa Catarina o preço subiu já que a demanda diminuiu durante os meses de maio, junho e julho. "Quem tem animal agora tem preço diferenciado. Logo nos meses de set, out, nov e dez não tenham dúvida que o preço cairá. Isso deve ser pensado e os produtores devem tentar fazer cruzamentos em épocas diferenciadas, tanto para não haver falta do produto no mercado, quanto para ele ter uma renda um pouco maior".
Equipe FarmPoint
Nei Antonio Kukla
União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 20/07/2011
O uso do encarneiramento em épocas diferenciadas, quando possível, é ferramenta de muita valia quando o produtor passa a ter cordeiros na entresafra, obtendo assim um preço melhor pelo produto, bem como não deixando desaquecer o mercado para esta carne nestas épocas que historicamente não há cordeiros.