O projeto prevê investimentos para a aquisição de implementos agrícolas e plantio de áreas de forragens e tem o objetivo de aumentar a oferta de alimentos para o rebanho de caprinos e ovinos do entorno da Fazenda Icó, na região de Juazeiro, estimado em mais de 70 mil cabeças. Serão beneficiados mais de 400 pequenos produtores, a maioria de base familiar, reunidos em 39 comunidades.
O pesquisador da Embrapa Semi-árido Tadeu Vinhas Voltolini explica que o projeto terá três planos de ação. O primeiro deles será garantir a base alimentar com as forrageiras, cultivando plantas nativas, como a maniçoba e a pornunça; plantas adaptadas ao semi-árido, como a leucena, gliricídia, capim buffel, palma, melancia forrageira, sorgo e guandú; além do cultivo de gramíneas forrageiras como o capim braquiária e o capim tanzânia para colocação em silos.
O segundo plano de ação, denominado Bolsa Verde, se constituirá na formação de um banco de forragens que serão também encaminhadas às associações de produtores ou para os confinamentos associativos.
De acordo com o pesquisador Tadeu Voltolini, na região de Petrolina/PE e Juazeiro/BA, por exemplo, são mais de 100 mil hectares de área irrigada de fruticultura, sendo que boa parte dessas áreas é de cultivos em espaçamentos que permitem o desenvolvimento de forragens em suas entrelinhas e a colheita mecanizada do material.
O terceiro plano de ação será o confinamento associativo. A proposta é redirecionar animais que, durante o período da seca, poderiam perder peso ou até mesmo morrer, para confinamentos associativos localizados na sede da Fazenda Icó e em algumas associações de produtores do seu entorno. Nesses confinamentos, os lotes de animais serão divididos por espécie, categoria, idade e peso, possibilitando um controle maior no fluxo de produção e uma regularidade na oferta de carne.
Tadeu Voltolini explica que a regularidade na oferta de carne de qualidade é uma das principais limitações dos produtores de caprinos e ovinos para o acesso a mercados. Voltolini ressalta que no confinamento associativo é possível ter um rebanho de qualidade, já que é possível gerenciar melhor a produção, de forma mais econômica, centralizando a mão-de-obra, além de o animal sofrer menos escoriações, valorizando o couro, aumentando o peso, reduzindo a mortalidade e a idade do abate.
A gestora do projeto de ovinocaprinocultura em Juazeiro/BA, Audeni Souza, destaca que a aprovação do edital da Embrapa que vai atender os produtores da região de Juazeiro é fruto do trabalho harmonioso e sintonizado entre todos os parceiros do Comitê Gestor: Sebrae, Embrapa Semi-Árido, Universidade Estadual da Bahia, Banco do Brasil e Banco do Nordeste, Prefeitura Municipal, sindicatos de trabalhadores e de produtores rurais, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, Agência Estadual de Defesa Agropecuária, Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Companhia de Engenharia Rural da Bahia e Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, além do parceiro importante e integrador que é a LAMM Ovinos e Caprinos, empresa âncora do projeto e responsável pelo abate e comercialização dos animais.
"A iniciativa privada, por meio do frigorífico de Juazeiro, também terá um papel fundamental para o sucesso do projeto. Estamos desenvolvendo uma proposta de integração entre o frigorífico e a Fazenda Icó, onde os produtores se comprometem a oferecer animais de qualidade e os frigoríficos compram dos produtores, com um preço melhor, além de pagar bonificações para incentivar os produtores a continuarem oferecendo animais com melhor peso e de melhor carcaça", explica Audeni Souza.
As informações são do Sebrae/BA, resumidas e adaptadas pela equipe FarmPoint.
José Américo Barros Leite
Santa Maria da Boa Vista - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 24/01/2009
Esse trabalho é de suma importância, se apresenta com exemplo de caminhos a serem seguidos para que os produtores se tornem mais profissionais e assim, possam atingir melhores resultados econômicos com a atividade.