Os animais são reprodutores Puro de Origem (PO) da raça Dorper e a entrega faz parte das ações do Programa Sertão Produtivo da Seagri, que propõem melhorar a qualidade da carne e leite do rebanho baiano e ampliar a renda dos agricultores familiares.
Segundo o superintendente da Suaf, Ailton Florêncio, a agricultura familiar é prioridade do governo e a entrega desses animais é fundamental para incluir essa raça geneticamente melhorada no seu rebanho. "Esse é um momento importante para cada produtor que está recebendo este animal", explica. "Para nós, agricultores familiares, é motivo de orgulho que o governo do estado tem esse compromisso com a agricultura familiar", complementa o agricultor João Barbosa.
O aumento da qualidade da carcaça e do peso, além de uma maior produtividade, são algumas das características de ovinos da raça Dorper, que contribuirão para aumentar a renda dos agricultores familiares. Todos os animais estão inspecionados pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A (EBDA) e pela Agência de Defesa Agropecuária (ADAB) quanto às questões fenotípicas e sanitárias.
Com um aporte de recursos na ordem de R$ 13 milhões, o Programa Sertão Produtivo integra o Programa Terra de Valor para o estímulo à ovinocaprinocultura no semiárido baiano. As raças distribuídas possuem dupla aptidão (carne e leite) e se adaptam muito bem ao semiárido, com alta taxa de fertilidade e custo de criação mais barato. No mês de fevereiro, o ato de entrega dos animais aconteceu no município de Serrinha e Ipirá.
Esta iniciativa surge como um marco na promoção do desenvolvimento e inclusão social do semi-árido. Dentre as ações voltadas para o agricultor familiar foi criado o Projeto de Fortalecimento da Agricultura Familiar através do Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos com a distribuição de matrizes e reprodutores, kits de ensilagem, dentre outras atividades.
As informações são da Seagri, resumidas e adaptadas pela equipe FarmPoint.
Robson José Freitas Oliveira
Itapetinga - Bahia - Pesquisa/ensino
postado em 02/04/2009
E vamos diluir o nosso material genétíco autoctone até o seu desaparecimento. E ai, quando percebermos que, para criar na região Semi-Árida, precisamos dos animais que foram selecionados pela natureza durante anos para sobreviver nestas condições, com perda de produção de carne e leite, mas com ganhos em rusticidade, fertilidade, aproveitamento dos vegetais locais, etc., veremos que já é tarde demais. Isso é um caminho sem volta.
Engraçado que os sul-africanos perceberam isso e selecionaram o Boer e o Dorper, que são ótimos, para as condições de clima e alimentação existente por lá e, nós aqui, sempre importando soluções rápidas e equivocadas. Esse ganho imediato de produtividade é um engodo.
Bom, existem no nordeste alguns lugares específicos em clima, alimentação, instalações, e produtores que podem e devem cria-los, já que tem tecnologia e dinheiro pra isso, mas disseminar para todos os criadores, principalmente os pequenos, é uma falácia.