O estudo veio à tona na esteira da pesquisa "Farms Here, Forests There: Tropical Deforestation and U.S. Competitiveness in Agriculture and Timber", produzida pela mesma instituição, que afirmava que a agricultura americana estaria sendo beneficiada pela proteção de florestas no Brasil, já que as terras preservadas não poderiam ser utilizadas para o cultivo de alimentos. A publicação foi utilizada pela bancada ruralista para apoiar a polêmica proposta de mudanças no Código Florestal Brasileiro, apresentada ao Senado há duas semanas pelo senador Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Neste novo estudo, a ONG faz uma mea culpa e afirma que os ganhos para a agricultura norte-americana não significam perdas para o Brasil. "O importante deste estudo em relação ao primeiro é que ele deixa claro que o interesse em combater o desmatamento não é apenas dos fazendeiros americanos, mas dos brasileiros também", afirma o ex-secretário do Meio Ambiente do Amazonas, Virgílio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que sugeriu a realização do novo levantamento à ONG. "O primeiro estudo foi utilizado de maneira equivocada pelos defensores das mudanças propostas no Código Florestal para desqualificar a defesa da floresta, caracterizando-a como um lobby dos fazendeiros americanos." O relatório atrela os ganhos de receita do País à preservação de florestas e à garantia de que nenhuma mudança na lei abra brechas para o desflorestamento.
Viana acredita que os fazendeiros podem, sim, ganhar com a redução do desmatamento. "Até porque, quanto mais áreas agricultáveis, maior a produção e a oferta e, consequentemente, menor o preço. Agora, quanto menor a área disponível para a agricultura, menor a oferta e então os preços sobem." Mas e os preços mais altos, não prejudicam o consumidor? Viana afirma que, num cenário onde a oferta de novas áreas agrícolas é reduzida, os produtores terão um estímulo à melhora da produtividade. Com isso, poderão vender alimentos a preços acessíveis. "Os americanos estão alguns degraus acima em tecnologia agrícola. Então nosso espaço para melhorar nossa produtividade com uso de tecnologia é maior que o deles."
Para o presidente da ONG Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) Rubens Gomes, qualquer tentativa de calcular o valor da manutenção da floresta em pé é prematura. "Não temos uma definição estabelecida sobre esse mercado de carbono. Acredito que qualquer tentativa de transformar em valores o nosso não-desmatamento é puro futurismo, especulação mesmo."
Segundo Gomes, o próprio Ministério do Meio Ambiente é muito cauteloso com números. "Participei de um curso sobre REDD (sigla de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, mecanismo que remunera a floresta mantida em pé) lá no Acre e, depois de algum tempo falando de dinheiro, a gente só via cifrão nos olhos dos índios e dos ribeirinhos que estavam lá. Nessas discussões monetárias, eu percebo que os valores econômicos estão sempre acima dos valores éticos", conclui.
A reportagem é do jornal O Estado de S.Paulo, adaptada pela Equipe AgriPoint.
V P DeOLiveira
Olathe - kansas - Estados Unidos - Produção de gado de corte
postado em 02/07/2010
Como pode ainda ter alguem que acredite nessa enxurrada de ONG´s? De onde sai tanto dinheiro?
Por que nao usam este dinheiro todo para reflorestar fazendas em suas nacoes de origem e nos dexem em paz?
Por favor, me digam qual a nacao que esta transfomando terras produtivas em reflorestamento? Alguem pode me dizer?
Acorda Brasil.