Tabela 1: Resultado da enquete FarmPoint
Estrutura desorganizada
A maioria dos leitores apontaram a falta de estruturação no setor como o problema chave. As opiniões registradas apontam desorganização tanto entre os elos da cadeia produtiva como dentro de cada elo.
Segundo Alexandre Viedo Rodrigues, médico veterinário de Santa Catarina, "um processo de produção visando cortes selecionados, manejado num sistema de criação semi-intensivo, e dotado de uma cadeia de comercial contínua, sem atravessadores e abates clandestinos, garantem um retorno financeiro sustentável a qualquer propriedade rural. Temos clima, raças, alimentos e um mercado exigente que quer uma carne de animal precoce."
Para Germano Vidal, da Fazenda Sammflower, os pequenos produtores deveriam se aglutinar em associações para poderem desenvolver os recursos completos da cadeia produtiva, como genética, criação e abate e assim oferecer um produto especial para o mercado consumidor.
José Geraldo Borges Celani, zootecnista da secretaria municipal de agricultura de Uberaba MG, também aponta a organização entre os produtores como uma grande dificuldade, aliada à comercialização.
Comercialização
A comercialização, segundo o resultado da enquete, é outra grande barreira para a ovinocultura. Muitos dos votos foram dados por produtores, que provavelmente convivem com essa dificuldade no cotidiano de suas propriedades.
Para Claudionor Alves Correia, pequeno produtor e diretor financeiro da Eurofac Fomento Mercantil, a falta de comercialização legal do produto é o que impossibilita o crescimento da produção. "Estabelecendo-se esse elo da cadeia produtiva, certamente todos os demais elos serão reavaliados e reorganizados", afirma.
Lúcia Mabel Saavedra Bousses, da Cabanha Lomas Negras, acredita que o problema na comercialização é uma conseqüência da estrutura desorganizada. Segundo ela, falta união no setor e com isso, o país abre espaço para a carne ovina importada.
Outras dificuldades
Outra questão destacada por Carlos Henrique da Paz Portela, supervisor técnico de ovinos e caprinos da Tortuga, é a falta de mão de obra qualificada para atuar tecnicamente no setor. "Não temos um pacote tecnológico que possa ser empregado de norte a sul do país, a universidade precisa formar profissionais especializados para a atividade", ressalta.
Roberta Lomonte Lemos de Brito também atentou para a falta de costume da população brasileira em consumir carne ovina no seu dia a dia, utilizando-a apenas para datas festivas.
Não deixe de participar de nossa próxima enquete: Onde você costuma comer/comprar carne ovina?
Por Marina A. Camargo Danés, Equipe FarmPoint
Envie seu comentário: