"Muitos ao redor do mundo estão acompanhando avidamente o despontar do Brasil como uma superpotência agrícola. Mas analistas do país dizem que a produção está chegando a seu limite e que o investimento necessário para o crescimento - especialmente na infraestrutura de transportes - está ficando curto", diz o diário.
O correspondente do jornal no Brasil entrevistou fazendeiros em Primavera do Leste (MT), que reclamam de ter que desembolsar cerca de US$ 100 por tonelada de produtos a serem transportados por terra aos portos de onde são exportados - o que, segundo eles, custa cerca de US$ 30 nos Estados Unidos. "Há alguns projetos de transporte ferroviário e hidroviário em construção, mas muitas pessoas estão cansadas de esperar", afirma a reportagem.
Além disso, segundo o Financial Times, o agronegócio brasileiro é "atrapalhado" por altos impostos, burocracia e "uma das mais rígidas legislações ambientais do mundo". "As leis obrigam os fazendeiros a preservar áreas florestais sem receber compensação alguma", diz o jornal.
"O setor agrícola também enfrenta barreiras comerciais, e o fortalecimento estável da moeda brasileira - especialmente frente ao dólar - está acabando com a competitividade."
O diário britânico ressalta ainda que o Brasil, além de ter se tornado o maior exportador mundial de produtos como soja, açúcar, carne e frango, é um dos maiores produtores com espaço para crescer. "O país tem 72 milhões de hectares sendo cultivados e outros 172 milhões de hectares dedicados à pecuária. Outros 96 milhões de hectares de terras cultiváveis estão disponíveis sem que se precise tocar em áreas de proteção ambiental", afirma.
Mas um dos fazendeiros entrevistados pelo jornal diz ter dúvidas sobre "como o Brasil vai cultivar esses 96 milhões de hectares", apesar de acreditar que o país possa conseguir expandir sua área produtiva em cerca de 50%.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.
Wilson Bachega Jr.
São Paulo - São Paulo - recria e engorda de bovinos
postado em 19/11/2009
Só o governo não vê isso.