O objetivo dessas empresas é também o grande desafio do setor: o equilíbrio entre a proteção dos cultivos, o aumento da produtividade da lavoura e o menor impacto sobre o ambiente e as pessoas envolvidas no processo. Nesse contexto, os novos defensivos que já chegam ao mercado promovem avanços em três frentes: reduzem o volume de doses aplicadas, solucionam o problema da resistência e fazem combinações para proteção de lavouras contra duas pragas, usando apenas um produto.
Uma das maiores indústrias químicas do mundo, a multinacional alemã Basf lançou no ano passado um produto que consegue ser eficiente tanto contra fungos quanto insetos. De acordo com Oswaldo Marques, gerente de marketing para cultivos extensivos da empresa, em vez de o agricultor usar, por exemplo, 200 mililitros, sendo 100 para um inseticida e outros 100 para um fungicida, ele poderá concentrar o combate às duas pragas em 100 mililitros de um único produto.
Já a suíça Syngenta aposta no desenvolvimento de novas formas de ação de seus produtos. A ideia é que os defensivos atuem sobre as pragas em locais diferentes dos quais agem atualmente - como no sistema muscular, respiratório e nervoso, entre outros -, combatendo problemas de resistência, como os já identificados nos EUA e Argentina no caso do glifosato.
Segundo Fernando Gallina, diretor de pesquisa e desenvolvimento de proteção de cultivos da Syngenta para a América Latina, a estratégia da Syngenta para tornar seus produtos mais sustentáveis passa pelo manejo na resistência das pragas, mas também pela redução dos riscos para a saúde e o ambiente.
As apostas das multinacionais, contudo, não preveem apenas o desenvolvimento de novos defensivos para a agricultura. No caso da americana Monsanto, os planos da empresa seguem a linha da biotecnologia, deixando um pouco para trás os investimentos em novos ingredientes ativos. "A escolha pela biotecnologia foi a nossa opção. A soja Roundup Ready foi nosso primeiro produto de biotecnologia e permitiu a redução de 50% em cinco anos no uso de defensivos das classes um e dois, que são os de maior toxicidade", diz Antônio Smith, diretor de negócios de proteção de cultivos da Monsanto.
A reportagem é de Alexandre Inácio, para o jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe CaféPoint.
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