Assim como no caso da carne bovina, o Uruguai sempre buscou valorizar seus cortes. Seguindo essa premissa no caso da carne ovina, para a indústria hoje é mais negócio vender à China – um mercado em que se pode entrar com cortes com osso -, que colocar os mais caros, mas desossados, na UE.
Enquanto que aos países da UE são exportados lombos e pernas sem osso, para a China a carcaça vai divida em quatro ou seis cortes – mas com osso -, o que implica menores custos operacionais para os frigoríficos ao não ter que desossar e ao vender mais volume em cada negócio. “No ano passado, devolveu-se cota porque o mercado da UE estava morto, mas dessa vez, o Uruguai tinha o preço do ovino muito alto e não se faziam negócios nesse mercado”, explicou o vice-presidente do Frigorífico San Jacinto (Nirea S.A.), Gastón Scayola.
Agora, a China é mais conveniente, pelos preços e pela forte demanda. Assim como outras empresas, o Frigorífico San Jacinto ficou com parte da cota da UE para não perder clientes no velho continente, mas os abates estão complicados.
Quanto às empresas que ficaram com muita cota, as contínuas chuvas em setembro complicaram as cargas e a safra não chegou aos níveis de abate, nem à intensidade esperada. A ideia da indústria uruguaia era de abater bastante durante outubro, mas a safra parece que será mais em dezembro ou janeiro. “Não será um mal ano para o ovino, mas os abates serão mais para frente”.
As compras dos importadores chineses cresceram 242,5% em um ano, segundo dados estatísticos do INAC e, junto com o Brasil, onde a demanda aumentou em 48% no mesmo período em comparação com o ano anterior, são os principais mercados. Ao se vender os maiores volumes na China, o faturamento cresceu 379,2% e no Brasil subiu 32,2%.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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