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Leitor opina sobre o mercado de ovinos e caprinos

postado em 02/03/2009

6 comentários
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O leitor do FarmPoint Roberis Ribeiro da Silva de Salvador, Bahia, enviou um comentário ao artigo "SAG da carne ovina brasileira: resultados 2008 e perspectivas". Abaixo leia a carta na íntegra.

"Olá companheiros debatedores,

Antes de mais nada parabenizo o Daniel por estar sempre informando e atualizando os agentes da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura no Brasil.

Contudo, tenho uma visão um pouco diferenciada dealguns debatedores. Sem dúvida alguma o "FRIGOMATO" ou abate clandestino é um grande desafio não só para os frigorificos de caprinos e ovinos como tambem é um caso de saúde pública e que deve ser fiscalizado pela vigilância sanitária dos municípios.

Penso que as importações de carne ovina do Mercosul, e em especial do Uruguai, no cenário atual não significa nenhum desafio, até porque o câmbio nesse momento nos favorece em relação ao preço pago ao produtor Uruguaio. E quanto aos preços pagos aos produtores brasileiros a questão ainda é muito complexa visto que, o rebanho brasileiro na sua maioria se concentra nas mãos do pequeno produtor, que possui um rebanho que não ultrapassa 70 matrizes.

Esta condição favorece a existência de intermediarios na compra e venda dessa matéria prima aos frigorificos, essa realidade é muito clara no norte e nordeste do Brasil. Penso que quando o Brasil se tornar exportador de caprinos e/ou ovinos é que teremos de fato os preços pagos alinhados aos preços do mercado internacional, em outras palavras, pagaremos aos produtores brasileiros preços compatíveis com os pagos pelos Uruguios, Australianos e a Nova Zelândia.

Cordeiros pesados e leves com um preços mais remunerador e animais capão ou velhos pela metade do preço do cordeiro.

Enquanto isto temos que melhorar a informação ao nosso consumidor final, que ainda consome caprino como ovino e vice versa.

E políticas pública que melhorem a produção deste pequeno produtor assim como reativar o sistema cooperativista nesta cadeia como forma de acelerar esse processo.

Ou então presenciar frigorificos pagando preços distorcidos da realidade, ou seja, remunerando animais de valor inferior pelo mesmo preço de animais superior e enfretando a falta de oferta no segundo semestre devido a falta de estruturação das produção. "

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

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Comentários

Renato Mocellin Lopes

Guarapuava - Paraná - Produção de caprinos de corte
postado em 09/03/2009

Quando falamos em dificuldades na ovinocaprinocultura, automaticamente associamos o abate clandestino como entrave.

Deixando de lado a questão do certo ou errado, e implicações de ordem sanitária, atualmente, o abate clandestino não é vilão, é solução. A maioria dos projetos de criação de ovinos e caprinos acaba-se tornando "viável" (entenda-se redução de prejuízos) graças ao abate informal.

A estrutura frigorífica é praticamente inexistente, ou, ainda é muito amadora. Não existem projetos industriais sólidos que possamos contar na hora de vender a produção. Produzir o animal que o mercado quer é relativamente fácil. Comercializá-lo é difícil. Quando o produtor toma a iniciativa de ir atrás da comercialização e terceirizar o abate, as taxas cobradas são excessivamente caras, girando em torno de 10-20% do valor da carcaça, pela prestação de serviços de abate e entrega conforme as normas, sem acrescentarmos impostos.

A procura de animais abatidos na propriedade é maior do que nos pontos de venda. Não é raro encontrarmos criadores que tem escala de abate clandestino, por exemplo 2 ou 3 animais por semana, sem falar das festas de fim de ano. Talvez, o passo inicial seria aceitarmos que essa modalidade de abate, apesar de prática criminosa, é a principal forma de comercialização neste ramo e não existem perspectivas a longo prazo de revertemos esse quadro. Já que não vamos extinguir o abate clandestino, poderíamos pensar, talvez, em orientá-lo, ao invés de simplesmente fecharmos os olhos e dizermos que é proibido.

Nei Antonio Kukla

União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 13/03/2009

Me deparei com o problema de terceirizar o abate recentemente.

Realizamos em nosso município a 1ª Festa do Borrêgo e fomos atrás de um abatedouro para fazer tudo dentro das normas sanitárias. Assim o fizemos. Mas a taxa cobrada do borrêgo abatido foi de R$ 15,00/ animal sem choro.

Isto inviabiliza a produção, pois nos dias de hoje, este valor representa o lucro para o produtor, todos sabem que a margem está cada vez mais enxuta. Fica a pergunta: O que fazer?

Não sou contra o abate formal, pelo contrário, acho que este é o caminho. Mas nessas situações apontadas pelo Renato o produtor fica sem saída e a taxas neste valor terá que abater na propriedade mesmo.

Será que não é mais fácil fomentar a nível municipal através de Médico Veterinário o abate correto, com instalações simples mas funcionais?

Eis a questão.

Laudir Nilson Zils

Maripá - Paraná - Revenda de produtos agropecuários
postado em 13/03/2009

Quanto aos entraves não podemos classificar como sendo os meios mas sim os fins. Não saimos de viagem sem destino de chegada, quando vamos sair temos onde chegar as estradas para tal ponto são escolhidas no perurso, o mesmo deve ser entendido e praticado no setor de carnes, antes de começar a criação precisamos saber onde vamos vender, e depois se ajeita os meios de beneficiamento da carne.

adauto silva gouveia filho

Matrinchã - Goiás - Produção de ovinos
postado em 17/03/2009

Como procurar o cosumidor primeiro se voce demora no minimo 1 ano para ter um carneiro no ponto de abate?

O companheiro Laudir que me desculpe. Eu como pequeno produtor não tenho condições de abater no frigorifico. Se não vendo o animal vivo, tenho que abater na fazenda. Ou então paro de produzir.

Renato Mocellin Lopes

Guarapuava - Paraná - Produção de caprinos de corte
postado em 19/03/2009

Finalmente começaram a aparecer os depoimentos que remetem à realidade. Discursos ideológicos a parte, fica comprovado que a ovinocaprinocultura depende do abate informal.

Laudir Nilson Zils

Maripá - Paraná - Revenda de produtos agropecuários
postado em 25/03/2009

Estou no mesmo barco que o Sr. Adauto Silva Gouveia Filho, não estou criticando nossos meios de criação, na verdade sugiro que nossos colegas de grande porte criatório vejam nós como parceiros de produção de qualidade, aceitem nossos animais.

Ocorreu aqui na nossa região uma construção de um frigorifico com SIF, porém a inauguração do mesmo já foi adiada 6 vezes alegando falta de materia prima, quis informações sobre onde estariam os centros consumidores deste produto, e até hoje não sei. Mas então porque incentivaram-nos a produzir se não despacha o produto final, onde vou entregar a pouca produção que é consequencia de quem inicia a produção, estas indagações são minha maior revolta.

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