"Eu credito [a redução] não só ao aumento da fiscalização mas a esses acordos setoriais com as cadeias produtivas que nós temos feito com a madeira, com o minério, com a soja. Em alguns casos, são até mais eficientes os acordos com as cadeias produtivas que apenas a fiscalização direta", disse.
Em junho, o desmatamento na Amazônia foi de 876,80 quilômetros quadrados, área 20% menor do que a registrada em maio (1.096 quilômetros quadrados), segundo dados do Inpe. O recordista foi o estado do Pará, que teve 499 quilômetros quadrados desmatados em junho, contra os 262 quilômetros quadrados observados em maio, um aumento de 91%.
O estado que apresentou maior queda no índice de desmatamento foi Mato Grosso, com 70% a menos do que o registrado em maio. Do total do desmatamento, 66,7% são classificados de corte raso, 25,3% de degradação florestal e 8% de desmatamento não confirmados.
Segundo a Agência Brasil, as declarações do ministro foram feitas após assinatura de protocolo entre o Ministério do Meio-Ambiente e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O documento prevê diretrizes para futuros instrumentos de colaboração com o objetivo de viabilizar a produção, o uso e o consumo sustentável dos produtos madeireiros da Amazônia.
De acordo com reportagem de Mauro Zanatta, do Valor Econômico, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, já admite ceder em alguns pontos considerados cruciais pelos ruralistas para acelerar a regularização ambiental e a criação de alternativas de exploração econômica na Amazônia.
O ministro anunciou a intenção de permitir a recomposição de reservas legais em áreas diferentes das regiões desmatadas. Assim, os produtores poderiam adquirir novas áreas de floresta para compensar o desmatamento ocorrido em suas fazendas ou "adotariam" áreas públicas de floresta nativa.
"Estamos estudando a viabilidade legal disso. A recuperação teria que ser no bioma e no Estado de origem", disse Minc. "No caso da área pública, o produtor poderia adotar uma área referente ao que tem, por lei, que recompor. É bom para ele e bom para o governo".
Minc disse que o principal é "incentivar" a recuperação de áreas degradadas. "E incentivar quem quer fazer a reserva legal, mesmo em área fora da sua propriedade, porque não diminui a produção".
No lado da criação de alternativas à exploração predatória das florestas, Minc também admitiu permitir a recomposição de metade das áreas de reserva legal com o plantio de espécies exóticas, como o dendê. Nesse caso, seria "um triplo ganho", segundo o ministro: "Seqüestra carbono, produz um combustível que emite menos gases e ainda recupera áreas degradadas", disse. "Agricultura e meio ambiente estão cada vez mais próximos na sua percepção. Nós queremos produção sustentável, e agricultura quer a conservação dos solos e a proteção da água".
Artur Queiroz de Sousa
Cambuquira - Minas Gerais - Produção de café
postado em 15/08/2008
Pela primeira vez, começo a perceber sensatez nas palavras do Governo. Fica totalmente coerente, que as áreas de reserva legal, sejam substituidas por áreas fora da fazenda. Como fazer um produtor que explora a vinte, trinta anos uma área produtiva, abandonar 20%, e torná-la improdutiva, sem receber nada por isso?
Se a agricultura e pecuária, ao longo dos últimos seis anos, vêm endividadas, torna-se impossível e incoerente, querer faze-la da forma como vinha-se tentando. Parece que da discussão está nascendo a luz. Preservar e produzir, devem caminhar juntos, e nunca de forma antagônica.