Ovinos - abate garantido
Uma iniciativa importante está sendo feita pelo frigorífico Marfrig com o objetivo de desenvolver a ovinocultura nas regiões Sul e Central, através de novas tecnologias de produção, cruzamentos e garantia de comercialização e abate. A intenção é aumentar a qualidade dos animais. O projeto começou em 2009 e o primeiro passo foi inaugurar um frigorífico de ovinos, em Promissão (SP), com capacidade de 1.000 abates/dia, que recebe animais de SP, MS, MT, GO, PR e MG, e dois confinamentos, em Getulina e Marilia (SP), com capacidade estática de 1.000 cordeiros.
Ovinos - excelentes mães
Atualmente, o projeto do frigorífico Marfrig trabalha com duas raças relativamente novas no Brasil, a Primera e a Highlander, ambas chamadas "compostas".
A Primera é um composto terminal formado pelas raças Suffolk, White Suffolk e Pool Dorset, com características de rápido ganho de peso, alto rendimento e excelente qualidade de carcaça. A Highlander é um composto materno, formado pelas raças Texel, Finn e Romney, cujas características são precocidade reprodutiva, alta prolificidade, excelente habilidade materna e produção de lã de qualidade. Ambas chegam a produzir até três cordeiros por parto, mas isso não é recomendável pela falta de alimento aos recém-nascidos.
A Primera, mais produtora de carne, é ideal para cruzamento terminal com qualquer outra raça com o objetivo de obter cordeiros, tanto machos quanto fêmeas, destinados ao abate. A Highlander é ideal para cruzamentos absorventes, selecionado-se as melhores fêmeas para futuras matrizes e abatendo as demais e todos os machos para carne.
Confinamento
No Rio Grande do Sul, o Marfrig arrendou os frigoríficos de ovinos de Mato Leitão, Alegrete e Capão do Leão I, do Grupo Mercosul, com capacidade de abate de 3.500 animais/dia. Paralelamente, foi instalado um confinamento de 5.000 animais, já sendo estruturado para abrigar 20.000 animais. A terminação é feita em regime de parceria, com o produtor tendo a opção de venda dos animais tanto terminados quanto magros, garantindo a comercialização, inclusive para os pequenos produtores, pois o frigorífico compra qualquer quantidade, sem preenchimento de cotas.
A meta dos programas do Marfrig é produzir 4.000 mil cordeiros por semana na unidade de Promissão e 5.000 cordeiros por semana, no Rio Grande do Sul, para abastecer Alegrete e Capão do Leão I. A dúvida é a questão dos preços a serem pagos pelos cordeiros.
Diego Alagia Brasil, gerente de Fomento do MFB Marfrig Frigoríficos S.A., informa que o grupo quer melhorar a produção levando ao produtor informações sobre técnicas de produção, eficiência, produtividade, sustentabilidade e mercado, uma troca de experiências entre campo, indústria e consumidor. Qualquer produtor pode participar. Diante da crise da ovinocultura nos últimos 50 anos, o Marfrig sabe que terá um longo trabalho pela frente, inclusive ajudando na seleção e melhoramento genético.
As informações são do Jornal do comércio/RS, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
Igor Vaz
Pelotas - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos
postado em 23/12/2010
Historicamente o gaúcho sempre criou ovinos para lã e para o churrasco de final de semana. Com o preço da lã não cobrindo nem os custos da esquila, perdeu-se todo o interesse pela criação de ovinos. Ainda sou de um tempo que a produção de lã pagava os custos do ano inteiro de toda a estancia e ainda sobrava um bueno troco. Agora há a necessidade de mudança de cultura, novo paradigma (mexer na tradição do gaúcho é complicado) em transformar o que sobrou do rebanho laneiro para rebanho de corte. Vejo muitos filhos de antigos fazendeiros com esta idéia inovadora, com uma nova mentalidade no campo isto fluirá muito melhor.