O diferencial de 2008 foi o preço excepcional de exportação obtido pela carne ovina. Apesar de, ao terminar o ano, a situação tenha mudado, o preço médio da tonelada de carne ovina exportada chegou a US$ 2.857 no último ano, 27% a mais que a média do ano anterior. Desta forma, com os volumes exportados em 2008 da ordem de 25 mil toneladas peso carcaça frente às 22 mil toneladas em 2007, os valores obtidos alcançaram o recorde de US$ 71 milhões, 46% a mais que no ano anterior.
Os destinos do produto uruguaio não variaram com relação ao ano anterior, destacando-se a União Européia (UE) e o Brasil, com 68% do mercado em volume e 75% em valor. Ambos os destinos aumentaram seus valores em magnitude similar, destacando-se a UE, com US$ 3.585 por toneladas em média, consolidando-se como o destino de maior valor. Em terceiro lugar se mantiveram os países árabes como Líbia, Arábia Saudita e Argélia que, em conjunto, representaram 15% do mercado.
O aumento dos preços potencializou uma produção física levemente superior à obtida em 2007. Esta situação não foi a mesma para o resto dos setores ovinos, especialmente na exportação de lanares em pé, onde ocorreu um forte decréscimo nas cabeças exportadas. Justamente o aumento nos preços das diferentes categorias ovinas durante 2008 tirou a competitividade da exportação de animais em pé, que baixou em 75% durante o ano. O preço médio por cabeça exportada chegou a US$ 47 sobre os US$ 38 obtidos em 2007.
Os abates industriais de ovinos em 2008 chegaram a 1,78 milhão de cabeças, registrando um aumento de 17% com relação ao ano anterior. No entanto, se juntar com a exportação de lanares em pé, a extração comercial ovina em seu conjunto se reduziu a 3% com relação a 2007, marcando o segundo decréscimo consecutivo após vários anos em aumento. Este ano, a exportação de animais em pé absorveu somente 100 mil lanares, um quarto do que ocorreu no ano passado (412 mil cabeças).
Em suma, a extração comercial ovina chegou a 1,88 milhão de cabeças, 50 mil lanares a menos que no ano anterior. Com relação à composição dos abates, os cordeiros novamente foram a categoria mais importante, ainda que baixaram em sua participação percentual, passando para 49%, contra 54% do ano anterior. Foram abatidos 880 mil cordeiros, 60 mil a mais que no ano anterior.
A grande quantidade de abates na categoria de adultos, especialmente ovelhas, gerou um importante aumento nos abates globais. Em 2008, foram abatidas 503 mil ovelhas, 60 mil a mais que no ano anterior, representando 28% dos abates totais de ovinos. Assim como em 2007, trata-se de uma proporção elevada de ventres no total abatido.
Em 2008, 8% menos ovelhas foram encarneiradas, o que condiciona a oferta de cordeiros para este ano, sujeita aos resultados reprodutivos e desempenhos produtivos em um ano que começa seriamente ameaçado pela crise forrageira gerada pela seca.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint.
Envie seu comentário: